Houve queda nas produções de carvão vegetal e da lenha em 2012, em função da fiscalização de órgãos oficiais.
76,9% (R$ 14,2 bilhões) foi gerado pela
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Para os que ainda tinham dúvidas sobre o valor econômico das florestas, a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (05), apresenta números reveladores: R$ 18,4 bilhões é o montante de recursos produzidos pelo uso racional das árvores no Brasil. Desse valor, 76,9% (R$ 14,2 bilhões) foi gerado pela silvicultura – técnicas sustentáveis de exploração dos produtos florestais –; enquanto 23,1% (R$ 4,2 bilhões) pelo extrativismo no Brasil. A predominância da silvicultura na produção florestal se mantém há mais de uma década. Os dados fazem parte do estudo Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2012.
Cultura madeireira
A participação de produtos madeireiros no extrativismo vegetal totalizou R$ 3,3 bilhões (ou 77%) e o de não madeireiros, R$ 983,6 milhões (ou 23%). Na silvicultura, os quatro produtos madeireiros somaram R$ 14,1 bilhões (99%) e os três não madeireiros apenas R$ 133,1 milhões (apenas 1%).
Na produção nacional de madeira em tora (146,8 milhões de metros cúbicos), apenas 10,2% vêm do extrativismo vegetal e 89,8 % são oriundos das florestas plantadas. Mais da metade (56,0%) dessa produção de madeira em tora da silvicultura se destina à produção de papel e celulose. Já na produção de carvão vegetal (6,2 milhões de toneladas) 81,5% vêm da silvicultura e 18,5% da extração vegetal. Finalmente, na produção nacional de lenha (
O estudo comprova a tendência de queda nas produções de carvão vegetal e da lenha em 2012, quando essas produções registraram decréscimos de 14,2% e 8,7%, em relação a 2011. “A fiscalização de órgãos oficiais e a crescente oferta destes por produtos oriundos de florestas plantadas explicam o comportamento”, informa o estudo.
Em 2012, quantidade de carvão vegetal obtida do extrativismo no país chegou a 1,1 milhões de toneladas. As produções dos estados do Maranhão (346,2 mil toneladas) e de Mato Grosso do Sul (259,6 mil toneladas) participaram com 52,2% na produção nacional. O Piauí, Minas Gerais e a Bahia registraram produção superior a 100 mil toneladas.
Produtos não madeireiros
Os produtos não madeireiros do extrativismo vegetal que se destacaram pelo valor da produção em 2012 são: coquilhos de açaí (R$ 336,2 milhões), erva-mate nativa (R$ 155,3 milhões), amêndoas de babaçu (R$ 127,6 milhões), fibras de piaçava (R$ 109,0 milhões), pó de carnaúba (R$ 95,1 milhões) e a castanha-do-pará (R$ 68,4 milhões). Juntos, estes seis produtos, somaram 90,6% do valor total da produção extrativista vegetal não madeireira.
O extrativismo vegetal não madeireiro se concentra no Norte, com destaque para o açaí (93,7%) e castanha-do-pará (96,0%), e no nordeste, principalmente com as produções de amêndoas de babaçu (99,7%), fibras de piaçava (96,2%) e pó de carnaúba (100,0%). A região Sul concentra apenas dois produtos do extrativismo: erva-mate (99,9%) e pinhão (99,0%).
Os três produtos não madeireiros da silvicultura estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste, sendo que a produção de casca de acácia-negra está toda no Rio Grande do Sul. A produção de folhas de eucalipto concentra-se no Sudeste (90,8%) e a produção de resina, nas regiões Sudeste (56,7%) e Sul com 33,0%. Entre os não madeireiros, somente a produção de resina teve alta (3,0%) em relação a 2011.
Com informações do IBGE
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