Investigação

CPI da Braskem: ”Silêncio é atestado de culpa da mineradora”, dispara Rogério Carvalho

Responsável técnico da Braskem, Paulo Roberto Cabral, se recusou a responder aos questionamentos feitos pelo relator da CPI da Braskem

Alessandro Dantas

CPI da Braskem: ”Silêncio é atestado de culpa da mineradora”, dispara Rogério Carvalho

Senador Rogério Carvalho criticou postura do responsável técnico da Braskem

O engenheiro e responsável técnico da Braskem, Paulo Roberto Cabral, se recusou a responder aos questionamentos do relator da CPI, senador Rogério Carvalho (PT-SE), durante realização das últimas oitivas desta terça-feira (14/5). Com essa postura, de acordo com o senador, fica entendido “que ele está tentando esconder aquilo que todos nós já sabemos: a Braskem é responsável pela tragédia ambiental e socioeconômica que ocorre em Maceió”.

“Já que o senhor não vai responder, podemos afirmar, com base nos relatórios e documentos que levantamos ao longo da CPI, que o senhor participou sim da contratação das empresas pelo que está dito aqui do depoimento que o senhor deu à polícia. O senhor participou da contratação do Álvaro Maia e também participou da contratação ou teve influência na contratação de relatórios para contestar os laudos feitos pelo Departamento Nacional de Produção Mineral e Serviço Geológico do Brasil, assumindo 100% das responsabilidades como se todo o poder e toda a transferência de poder e operação da mina estivesse sob sua responsabilidade”, disparou Rogério Carvalho.

Além disso, o senador Rogério reiterou que “essas responsabilidades, por mais que pareçam banais ou insignificantes para o senhor, que aqui fica calado, para 60 mil pessoas significou a mudança radical da vida delas. Para pelo menos 15 mil famílias tem sido uma mudança radical na existência da vida delas e dos seus descendentes”, afirmou.

O relator disse, ainda, que os atos cometidos pela Braskem resultaram na mudança de classe social das pessoas, tendo em vista que “sua classe social e a classe social dos seus descendentes, porque a sua fonte de riqueza e a continuidade da existência familiar e de uma condição familiar foi interrompida”.

“Nós estamos falando da interrupção de mais de 60 mil vidas. E isso não pode ficar no silêncio de vossa senhoria como se tudo fosse uma mera questão de atender e de assumir os riscos e o ônus”, criticou.

Depoente se recusou a responder questionamentos feitos pela CPI da Braskem

“Só quem esteve lá, só quem vivenciou, só quem viu, sabe o grau do sofrimento, sem contar coisas que ainda não foram reveladas por essa CPI, que podem ser reveladas até a finalização do relatório. Porque, além de tudo isso, ainda há suspeita de que entre a indenização e o pagamento teve intermediário. Alguém intermediou como se aquilo fosse um precatório. Veja o grau de barbaridade e de miserabilidade humana envolto neste episódio Braskem-Maceió”, denunciou.

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