O presidente Lula assinou, nesta quinta-feira (11/7), o decreto que reajusta em 10,86% o valor do Bolsa Atleta, programa criado há 20 anos em seu primeiro mandato, durante a cerimônia no Palácio do Planalto em que recebeu atletas olímpicos e paralímpicos que representarão o Brasil nos Jogos de Paris 2024.
Conforme o programa, o valor da bolsa depende da categoria do atleta. Com o reajuste, o menor passa a ser de R$ 410, e o maior, R$ 16,6 mil.
“Levem a lembrança de que nosso país retornou à civilidade e priorizou o cuidado com as pessoas, sem preconceitos. Viajem com tranquilidade, sabendo que aqui no Brasil estaremos torcendo por vocês”, disse o presidente Lula, que postou em suas redes fotos com os atletas.
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O Bolsa Atleta investiu R$ 1,5 bilhão em 20 anos e beneficiou mais de 37 mil atletas. Em 2004 eram 900 atletas beneficiados e este ano são 8.700. É o maior programa de patrocínio individual de esportistas do planeta, com mais de 105 mil bolsas concedidas. Dos mais de 300 atletas que foram às Olimpíadas de Tóquio em 2020, 242 recebiam o Bolsa Atleta e entre os medalhistas nos jogos Panamericanos e Para-panamericanos, 92% tinham o benefício, segundo o ministro do Esporte, André Fufuca.
“Antes não tinham sequer um tênis para praticarem esporte. O estado brasileiro tem que oferecer condições de praticar esporte, de ter um salário que garanta alimentação adequada”, destacou o presidente ao lembrar de programas como Bolsa Escola, Segundo Tempo e o Pé de Meia.
“O dinheiro que você deixa de gastar em educação daqui a pouco você vai gastar em cadeia”, apontou, ao lado da primeira dama Janja que irá à abertura das Olimpíadas e representará o presidente. Ela destacou o importante apoio que o presidente Lula dá o esporte brasileiro e revelou que o uniforme oficial que os esportistas vão vestir no desfile de abertura foi bordado pelas bordadeiras de Timbaúba (PE), as mesmas que bordaram seu vestido de noiva.
O ministro do Esporte, André Fufuca, afirmou que o Bolsa Atleta provoca uma “revolução esportiva” e destacou a importância do ministério e dos 20 anos do programa para a grande quantidade de medalhas conquistadas pelo Brasil. “O Ministério do Esporte foi abolido por quatro anos, mas Lula, ao trazê-o de volta, logo pediu o aumento do valor do programa”, lembrou, ao citar o ex-ministro Orlando Silva, também presente à solenidade, idealizador e criador do programa junto com Lula.
Bolsa garante dignidade
A consolidação dos esportes paralímpicos no Brasil, não só pelas medalhas, mas também pela “promoção da cidadania que só o esporte é capaz de entregar para tantos brasileiros” foi enfatizada pelo presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Misael Conrado, ao enfatizar que o Bolsa Atleta garante dignidade aos esportistas.
“20 anos depois quero dizer que o senhor tem papel fundamental no desenvolvimento que o esporte paralímpico teve nos últimos 20 anos Brasil”, agradeceu Misael, ao destacar o crescimento do número de medalhas nas paralimpíadas ao longo dos anos.
O Brasil ficou em 24º lugar nos jogos de Sidney em 2000; em Atenas foi para o 14º lugar; em 2008 em Pequim passou a ocupar a nona posição e desde então sempre figura entre as 10 principais potências das paraolimpíadas: sétimo colocado em Londres, oitavo lugar no Rio e sétimo lugar em Tóquio. “Tenho certeza que agora em Paris faremos a melhor campanha da história”, garantiu Misael.
O presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley, parabenizou o presidente Lula pelas conquistas.
Tranquilidade para se dedicar aos sonhos
Beneficiária do Bolsa Atleta há 15 anos, a judoca Rafaela Silva, integra o time da seleção brasileira de judô há 16 anos e está em sua terceira olimpíada. Ela agradeceu ao presidente pelo reajuste no valor da bolsa e falou da importância do programa.
“Ele é uma segurança e dá tranquilidade de poder se preparar e se dedicar só ao seu sonho, de poder ajudar minha família, ter meu material de trabalho. É um momento muito importante para o esporte brasileiro”, ressaltou ela ao contar que o judô é o esporte que mais trouxe medalhas olímpicas para o Brasil
Gabriel Araújo, atleta da natação e medalhista paralímpico, também destacou a importância do Bolsa Atleta. “A gente abre mão de muitas coisas para correr atrás dos nossos sonhos e esse apoio é primordial para a gente ter total tranquilidade de trabalhar”, afirmou.
As Olimpíadas Paris acontecem de 26/7 até 11/8. A equipe brasileira terá 277 atletas, sendo 153 mulheres e 124 homens. As Paraolimpíadas serão de 28/8 até 8/9 e o Brasil disputará várias modalidades com 124 atletas.