O senador Beto Faro (PA), líder do PT no Senado, reuniu-se nesta quarta-feira (30/10) com Maria Fernanda Coelho, diretora financeira e de crédito digital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para discutir os investimentos do banco voltados para os médios e pequenos produtores que vivem na Floresta Amazônica paraense.
O senador destacou a relevância da pequena produção no estado que gera milhares de emprego, formando uma imensa cadeia produtiva que inclui agricultores familiares, ribeirinhos e quilombolas.
Beto Faro reconheceu o avanço das ações do BNDES na Amazônia, destacando que, só esse ano, o presidente da instituição, Aloizio Mercadante, esteve várias vezes no estado do Pará anunciando investimentos que defendem o incremento da bioeconomia no estado.
Cacau
Com a experiência de quem já viveu essa realidade local, o senador Beto Faro apresentou à diretora do BNDES, a situação da produção de cacau na região da Transamazônica, abrangendo municípios como Altamira e Medicilândia, distante 770 km de Belém.
“Para investir essa cadeia produtiva, é essencial investir não apenas no planejamento, mas também na produção de mudas, que chegam a representar até 80% dos custos totais”, afirmou o senador.
Atualmente, o cacau paraense é vendido a R$ 60,00 o quilo, com grande parte enviada à Bahia para processamento. Segundo o líder do PT no Senado, investimentos em infraestrutura de processamento local poderiam agregar valor ao produto e ampliar a geração de empregos.
Dendê
Outro destaque da reunião foi a cadeia produtiva do dendê. O senador ressaltou a importância do cultivo da palma de óleo no estado, citando que uma tonelada de cachos é vendida a R$ 900,00. Ele frisou, no entanto, a necessidade de ampliar o incentivo à produção de mudas e fortalecer a assistência técnica para o setor. Apesar do potencial de rentabilidade, os desafios de logística e gestão ainda limitam o crescimento sustentável da cadeia.
Açaí
Em tom nostálgico, o senador ainda lembrou o cenário de duas décadas atrás, quando os ribeirinhos vendiam uma lata de açaí por R$ 1,00. Hoje, o Pará exporta o fruto para 20 países. Apesar do avanço, Beto Faro enfatizou que a produção local ainda carece de investimentos e cooperativas que organizem pequenos e médios produtores.
Segundo ele, a coleta de açaí é essencial para a conservação florestal e gera renda para milhares de trabalhadores conhecidos como “peconheiros”, coletores que podem faturar até R$ 600,00 por manhã.
Ao final do encontro, Beto Faro solicitou ao BNDES uma ampliação das linhas de crédito específicas para a agricultura familiar e reforçou o objetivo de transformar o Pará em um modelo de economia sustentável no país. “Vivemos um momento único para contribuir com o estado, com o BNDES mais presente do que nunca. Queremos que esses investimentos façam do Pará um gigante.”