Durante a sabatina de indicados ao Superior Tribunal Militar (STM), ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, nesta quarta-feira (11/12), o senador Rogério Carvalho (PT-SE) fez graves denúncias e reflexões sobre a democracia brasileira, destacando episódios de espionagem e o impacto de ações golpistas na história recente do país.
O parlamentar foi enfático ao afirmar que os atos de 8 de janeiro de 2023 representaram um ataque direto ao Estado Democrático de Direito.
“Foi, sim, um ato golpista. Foi, sim, uma tentativa de golpe. Foi, sim, um ataque à democracia. E as pessoas precisam pagar, porque, em 1964, ninguém pagou. Quem viveu aquela época e está aqui hoje viu o drama de uma família e de outras vinte mil. Eu enfrentei problemas na minha própria família. Toda a estrutura familiar foi desorganizada, mesmo sem ninguém militar na política”, declarou.
“Por isso, não dá para falarmos em anistia. Como anistiar quem agride os símbolos da República? Quem ataca o que representa o Brasil? Vamos anistiar quem quer acabar com aquilo que nos torna menos opressores e estabelece os limites para os abusos? Dilma foi vítima também. Ela passou dois anos presa, tomando choques, sendo torturada. E os golpistas têm que estar na cadeia. E isso começa pelo ex-presidente Jair Bolsonaro”, afirmou.
O senador Rogério Carvalho também denunciou um caso de espionagem envolvendo o general Braga Netto durante a CPI da Covid.
“Fui espionado no meu estado durante a CPI da Covid. O general Braga Netto enviou um oficial para bisbilhotar a minha vida. Se o golpe tivesse dado certo, onde eu estaria? Preso? Num campo de concentração? Porque, segundo o coronel que hoje está sendo investigado, eu já estaria morto”, disparou.