Humberto diz ser bom que médicos brasileiros aprendam sobre solidariedade

O senador reagiu aos que tentam macular o
programa Mais Médicos

O senador Humberto Costa (PT-PE) chamou atenção, nesta quarta-feira (28), à tentativa de “macular” o programa Mais Médicos e para o preconceito com os profissionais cubanos. “É um absurdo, como o fato daquela jornalista do Rio Grande do Norte ter agredido, ao mesmo tempo, os negros, as empregadas domésticas e os médicos também. Então, eu acho que a gente deveria combater e coibir isso”, reagiu referindo-se à declaração preconceituosa que correu as redes sociais nos últimos dias.

“Ninguém quer tomar o emprego dos médicos; ninguém quer comprometer o futuro deles. O que nós queremos é que o povo tenha os seus direitos resguardados”, reforçou. “É bom que eles [os cubanos] aprendam um pouco sobre democracia e que os nossos médicos aprendam sobre solidariedade”, acrescentou.

A declaração do senador foi feita durante reunião da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, onde se discutia a realização de um debate sobre a contratação dos médicos cubanos. Na opinião de Humberto, a audiência é importante para continuar esclarecer as pessoas sobre o tema.

Segundo Humberto, os argumentos contrários ao programa estão começando as esvaziar porque na verdade são infundados. Para ele, caíram por terra todos as tentativas de atacar o Mais Médicos a medida que o Governo mostrou a realidade da falta de profissionais em áreas carentes e os investimentos feitos em equipamentos, remédios e infraestrutura.

O senador explicou que é baixo o número de médicos por habitante no Brasil, em comparação com outros países; para fazer atendimento básico em saúde não é preciso muita estrutura, pois esses médicos realizam partos normais, acompanham o peso e o crescimento de crianças, orientam diabéticos, entre outros cuidados.

“Aí, agora vem o argumento das condições de trabalho dos outros. Não é deles, mas dos outros. Quer dizer, fica claro que é mais um argumento para tentar macular o projeto”, disse acrescentando que os médicos cubanos não estão desempregados, são funcionários públicos do governo cubano.

Humberto Costa ressaltou ainda que os cubanos não são médicos desempregados, mas funcionários públicos. “Diferentemente dos que vieram, individualmente, se inscrever para trabalhar no programa, eles vêm com uma missão”, ressaltou.

Para o presidente da CAS, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), as discussões relativas aos médicos cubanos estão desviando o foco do problema fundamental da saúde que, segundo ele, é o investimento na área. Em sua opinião, é preciso aprovar mais recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e obrigar o governo federal a investir na área.

Debate

A audiência pública tem objetivo de conhecer o teor do termo de cooperação feito pelo Ministério da Saúde com a Organização Panamericana de Saúde (Opas) para contratar, de forma coletiva, médicos cubanos para atuarem no Brasil. Serão convidados para discutir o assunto o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o representante da Opas no Brasil, Joaquim Molina. A comissão ainda convidará os membros da comissão que analisa a Medida Provisória 621/2013, que instituiu o Programa Mais Médicos.

A audiência será realizada conjuntamente com as comissões de Educação, Cultura e Esporte (CE); de Assuntos Econômicos (CAE); de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH); de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT). A iniciativa para discutir o assunto é da senadora Ana Amélia (PP-RS), cujo requerimento foi aprovado nesta quarta-feira (28) pela CAS.

Ao ressaltar que não concorda com a forma desrespeitosa de recepção dos médicos cubanos, a senadora Ana Amélia disse que a sociedade merece saber por que a Opas faz a intermediação do contrato, quais os valores pagos aos médicos e ao governo Cubano, a forma como são feitos os pagamentos, o tempo que esses médicos permanecerão no país, entre outras informações. Ela explicou que, no caso de outros países, os contratos são feitos diretamente com os médicos. Já em relação a Cuba, por ser um país comunista, o acordo é feito com o governo.

Com informações da Agência Brasil

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