Nem otimismo exacerbado e muito menos pessimismo contagiante. A responsabilidade de adotar medidas para reativar a economia, como a desoneração tributária e recursos disponíveis para investimentos estratégicos, deram a resposta esperada pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. A riqueza do conjunto das atividades econômicas, o chamado Produto Interno Bruto (PIB), cresceu 1,5% no segundo trimestre deste ano, o que significa em valores correntes a R$ 1,2 trilhão. Na comparação com o segundo trimestre de 2012, o PIB cresceu 3,3% e, no período de janeiro a junho deste ano, acumulou 2,6%. O setor de agropecuária cresceu 3,9% no segundo trimestre e numa comparação com igual período de 2012, constatou-se o bom desempenho desse setor: crescimento de 13% e melhor ainda quando observado o acumulado de janeiro a junho deste ano, 14,7%. No segundo trimestre, apenas, gerou uma riqueza de R$ 74,7 bilhões para a economia brasileira.
Ao depurar os dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é possível concluir que a economia tem demonstrado musculatura para enfrentar a crise financeira mundial e o crescimento do PIB reforça a tese que o País é uma ilha de oportunidades, ao contrário de outros países da Zona do Euro ou mesmo os Estados Unidos onde a economia mostra uma recuperação tímida. Como o previsto pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, criticado por ter expectativa favorável para o desempenho da economia, a resposta das medidas de desoneração viria no médio e longo prazo para ficar.
De agora até o fim do ano outras iniciativas vão movimentar a atividade econômica, principalmente os investimentos em infraestrutura que vão sair do papel. Os leilões para duplicação de rodovias, as obras nas ferrovias, nos portos e nos aeroportos, incluindo investimentos no setor de energia, vão garantir o ritmo necessário para o PIB crescer mais. Na prática, isso quer dizer que novos empregos serão criados e cada vez mais de melhor qualidade. A melhora da qualificação profissional, por meio dos programas como o Pronatec, garantirá um salto na renda das pessoas.
Setores
A indústria cresceu 2% no segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro, confirmando a recuperação do setor que beneficiado pelas medidas de desoneração tributária da folha de pagamentos. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o crescimento da atividade industrial foi de 2,8%. E mesmo acumulando apenas crescimento de 0,8% no semestre, o PIB do setor gerou uma riqueza de R$ 260,9 bilhões nos meses de abril, maio e junho.
No setor de serviços, mais abrangente e diversificado, gerou uma riqueza de R$ 689,8 bilhões no segundo trimestre. O crescimento acumulado de janeiro a julho foi de 2,1% e, na comparação com o segundo trimestre de 2012, de 2,4%.
O consumo das famílias cresceu 0,3% no segundo trimestre deste ano em comparação com o primeiro, totalizando a geração de uma riqueza de R$ 740,9 bilhões. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o crescimento foi de 2,3% e no acumulado deste ano, de 2,2%. Esse resultado, que é o 39º positivo, é atribuído ao crescimento da massa salarial real dos trabalhadores e, principalmente, pelo aumento da oferta de crédito para as pessoas físicas. As compras governamentais que também movimentam a economia tiveram crescimento de 1,3% no primeiro semestre deste ano, equivalente a R$ 242,4 bilhões.
Enfim, todas as atividades econômicas cresceram e o destaque que é extremamente positivo para o governo da presidenta Dilma Rousseff foi o aumento dos investimentos na produção. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que é quando uma empresa fabricante de máquinas e equipamentos produz mais e vende a uma indústria ou quando um pequeno estabelecimento comercial adquire um novo equipamento para produzir mais e adicionar qualidade tecnológica a seu produto, cresceu 3,3% no segundo trimestre em relação ao primeiro. O crescimento no segundo trimestre deste ano na comparação com o segundo de 2012 chegou a 9%. Foi o segundo resultado positivo consecutivo.
A taxa de investimento, por exemplo, alcançou 18,6% do PIB, configurando que não será uma surpresa se a projeção de crescimento for atingida neste ano, com uma taxa de 3%. No segundo trimestre de 2013 a necessidade de financiamento alcançou R$ 41,8 bilhões, contra R$ 27,8 bilhões do segundo trimestre de 2012. A boa notícia é que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reduzirá os juros e o spread bancário, que é a diferença entre o juro pago na captação do recurso e o cobrado no empréstimo. A poupança bruta atingiu R$ 200,1 bilhões, ante R$ 186,5 bilhões em 2012.
Marcello Antunes
Mais informações aqui