Janaína Santos

Na manhã desta quinta-feira (3/7), o senador Rogério Carvalho (PT-SE) concedeu entrevista ao vivo, por telefone, ao jornalista Messias Carvalho, apresentador do Jornal da Rio – 1ª edição, transmitido pela rádio Rio FM, e comentou os principais temas da política nacional e local, com destaque para a nova política de crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada e autônomos vinculados a aplicativos.
Para o líder do PT no Senado Federal, a medida representa uma transformação significativa na vida dos brasileiros que enfrentam dificuldades financeiras. “Estamos diante de uma mudança significativa no acesso ao crédito para pessoas físicas. Antes, era necessário intermediar com a empresa ou pegar um empréstimo sem garantias e com juros altíssimos. Agora, o trabalhador pode acessar uma plataforma digital, simular e comparar taxas, com redução média de até 60% nos juros”, explicou.
A nova política, de acordo com Rogério, permite que trabalhadores façam simulações na carteira de trabalho digital e escolham a proposta mais vantajosa, com respaldo no saldo do FGTS. Segundo ele, quem tomava R$ 100 e pagava cerca de R$ 9 de juros por mês, agora pagará, em média, apenas R$ 2,50. “É uma revolução silenciosa com impacto real na vida das pessoas. Mesmo quem está negativado poderá renegociar dívidas e, em muitos casos, ainda sobra algum recurso”, afirmou.
”Trabalhadores de aplicativos também terão acesso ao crédito”
Durante a entrevista, o senador também destacou a inclusão de motoristas e entregadores de aplicativo na nova modalidade de crédito. “Essa foi uma inclusão que fizemos no texto. Estabelecemos que até 30% do rendimento médio mensal poderá ser consignado, com retenção pelas plataformas como Uber e 99”, detalhou.
Carvalho explicou que, mesmo sem vínculo formal de trabalho, a relação contratual com as plataformas e o histórico de ganhos permite a concessão do crédito. Contudo, ele adiantou que a medida ainda será regulamentada pelo Conselho Gestor do Crédito Consignado, acrescentando que taxistas também estão contemplados, desde que estejam vinculados a aplicativos. “Essa vinculação gera um histórico de renda que permite calcular o valor a ser comprometido, com limite de até 35%. A lei já foi aprovada e, após sanção e regulamentação, os taxistas poderão acessar o crédito com juros mais baixos”, reforçou.
Defesa das prerrogativas do Executivo
O senador também comentou a tensão recente entre o Congresso Nacional e o Poder Executivo em relação à cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). “A Constituição é clara: quem regulamenta matéria tributária por decreto é o Presidente da República. Quando a Câmara derrubou o decreto do presidente Lula, invadiu uma prerrogativa exclusiva do Executivo. É preciso restabelecer esse equilíbrio institucional”, criticou.
Apesar das tensões políticas, Rogério celebrou avanços importantes aprovados no Congresso. Um dos destaques foi a liberação de R$ 15 bilhões do Fundo Social para o programa Minha Casa, Minha Vida, voltado a famílias com renda entre R$ 6 mil e R$ 12 mil.
E, ao ser perguntado sobre o projeto que prevê o aumento do número de deputados federais de 513 para 531, o senador preferiu cautela. “Ainda não acompanhei o desfecho da discussão. Na segunda-feira, a perspectiva era de que o presidente deixasse para o Congresso a decisão sobre a sanção. Vamos aguardar os próximos passos”, informou.
Cenário eleitoral e candidatura à reeleição ao Senado
Questionado sobre as eleições de 2026, Rogério Carvalho confirmou sua pré-candidatura à reeleição. “Serei candidato ao Senado. Já houve uma deliberação do diretório estadual do PT, que também aprovou a candidatura de João Daniel como deputado federal. A nível nacional, nosso candidato à Presidência é Lula”, disse.
Já sobre a possibilidade de composição com outros grupos políticos, o senador reiterou até “isso depende mais das alianças nacionais do que de uma decisão individual”. “Já disse em outras ocasiões que minha posição será definida a partir do que o presidente Lula decidir em termos de articulação nacional”, completou.
“Não tenho problemas pessoais com ninguém. O que me importa é o trabalho que venho desenvolvendo como senador e a relação de confiança que estabeleci com o povo de Sergipe. A política exige respeito e responsabilidade, e é assim que venho atuando”, concluiu.