Daniel Gomes

O líder do Governo em exercício no Senado Federal, senador Rogério Carvalho (PT-SE), fez uma defesa firme das ações do Governo Federal durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes e os descontos indevidos aplicados contra aposentados e pensionistas do INSS. A reunião desta segunda-feira (8/9) ouviu o ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e foi marcada por debates acalorados sobre responsabilidades e medidas de enfrentamento.
Na oportunidade, Carvalho reforçou que a CPMI deve cumprir um papel pedagógico e não se transformar em palanque político. “Creio que todos os senadores e senadoras, deputados e deputadas, ao estarem aqui até esta hora, têm um objetivo: tentar colocar luz sobre um problema. E, diferente da Polícia Federal e da CGU, este lugar tem a missão de mostrar e esclarecer para a sociedade o que aconteceu ao longo desses anos”, destacou.
Responsabilidade sem espetacularização
O senador alertou para os riscos de transformar a comissão em espaço de espetacularização. “Se quiser jogar para a plateia, se quiser lacrar, se quiser transformar isso aqui em mais uma rede social, nós não vamos chegar a lugar nenhum. Vai apenas criar confusão para chamar atenção e ganhar likes”, criticou.
Segundo Rogério, o debate deve ser conduzido com seriedade e responsabilidade, sem acusações levianas. “O inquérito não é sentença, não é definição de culpado. É um instrumento para lançar luz, para que possamos construir um caminho até chegarmos, de fato, aos responsáveis”, afirmou.
Fraudes tecnológicas contra aposentados
Ainda durante seu posicionamento, o líder do Governo em exercício questionou a origem e a sofisticação das fraudes no INSS. “Quem foi que montou uma tecnologia para fraudar os aposentados? Pessoas tiveram o seu dinheiro descontado indevidamente, ficaram sem ter o que comer. Só com muita tecnologia foi possível fazer o que fizeram. Por que saíram os dados do INSS? Por que vazaram esses dados?”, indagou.
Ele defendeu, com isso, que a comissão investigue com profundidade os mecanismos usados para enganar segurados. “Cabe a esta comissão investigar. Foi esse o tipo de tecnologia que usaram? Foi esse o recurso? Creio que sim, que foi algo dessa natureza, para se alcançar o volume de descontos que houve”, reforçou.
Defesa do devido processo legal
Em outro momento, Rogério Carvalho também criticou a tentativa de setores da oposição de responsabilizar diretamente o presidente da República e ministros de Estado. “Todos sabem que o ministro, seja ele de que partido for, não é responsável pelas questões operacionais. Isso não o exime de algumas responsabilidades, mas querer imputar culpas sem provas é, no mínimo, má-fé”, ressaltou.
“Dizer que começou em tal governo sem analisar com profundidade é leviandade, é não reconhecer o devido processo legal”, acrescentou.
”Foi o Governo Lula que descobriu as fraudes, iniciou as investigações e as vítimas foram ressarcidas”
O parlamentar lembrou que o Governo Federal já adotou medidas para reparar os danos causados aos aposentados e pensionistas. “O que já foi, já foi. O governo já deu um passo importante: ressarciu as pessoas. Agora é preciso buscar os recursos para tapar o buraco no erário público. Mas cabe a nós entender qual foi o mecanismo, como funcionou e quem estava por trás, efetivamente”, disse.
“Não é com acusações levianas que vamos chegar a algum lugar. A responsabilidade é saber em que momento isso ocorreu, qual foi o mecanismo utilizado, para que possamos evitar no futuro”, concluiu.