Vitor Vasconcellos/Secom DF

Alívio para as famílias: a deflação de agosto se deve em parte à queda do preço dos alimentos
O trabalho do governo Lula para garantir comida barata na mesa das famílias brasileiras segue surtindo efeito no dia a dia dos trabalhadores. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10/9) revelaram que a inflação oficial do país manteve-se negativa em agosto. A deflação de 0,11%, informa o IBGE, é a maior em três anos e foi puxada pela queda no preço dos alimentos (-0,46%) e da luz (-4,21%).
Com o resultado, o acumulado de 12 meses atinge 5,13%, ligeiramente abaixo dos 5,23% do ano terminado em julho, mas ainda acima do teto da meta (3%), que vai até 4,5%.
O grupo “Alimentação e bebidas” caiu pelo terceiro mês seguido. Nesse período, os alimentos acumularam queda de 0,91%. O de “Transportes” (-0,27%), por sua vez, também contribuiu para a deflação de agosto.
Comida mais barata na mesa: preço da cesta básica cai em 15 capitais
O economista Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa, avalia que os grupos “Habitação”, “Alimentação” e “Transportes”, somados, representam -0,3 pontos percentuais (p.p.) no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Sem eles, o resultado do IPCA de agosto ficaria em 0,43%”, explica.
Bônus de Itaipu
O recuo de 4,21% nas contas de luz impactou negativamente o IPCA em 0,17 p.p., figurando como o subitem que mais puxou a inflação para baixo. Assim, o grupo “Habitação” caiu 0,90%. Trata-se da maior queda nesse conjunto de preços para um mês de agosto desde o início do Plano Real, em 1994.
Isso se deve ao chamado “Bônus de Itaipu”, desconto que beneficiou 80,8 milhões de consumidores. De acordo com a Agência Brasil, a bonificação compensou a bandeira tarifária vermelha 2, que adiciona R$ 7,87 na conta de luz a cada 10,1 mil kWh consumidos.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou uma queda de 0,21% em agosto, marcando um recuo em relação ao mês anterior. Com esse resultado, o acumulado do ano atingiu 3,08%, enquanto a variação nos últimos 12 meses ficou em 5,05%, ligeiramente abaixo dos 5,13% registrados no período imediatamente anterior. A deflação de agosto foi impulsionada pela redução nos preços dos produtos alimentícios, que aprofundaram sua queda de -0,38% em julho para -0,54%, e pela variação negativa dos itens não alimentícios, que passaram de um aumento de 0,41% para uma retração de -0,10%.
Regionalmente, as variações foram diversas. Vitória registrou a maior alta, com 0,31%, influenciada principalmente pelo aumento da energia elétrica residencial (7,11%) e da taxa de água e esgoto (4,64%). Em contrapartida, o Rio de Janeiro apresentou a menor variação, com queda de -0,53%, impulsionada pela redução nos preços da energia elétrica residencial (-6,08%) e do café moído (-4,93%), demonstrando o impacto de fatores localizados nos índices de preços.