Alessandro Dantas

Bancada petista mostrou padrão de ostentação de envolvidos em fraudes do INSS
Suspeito de envolvimento nas fraudes contra aposentados e pensionistas, o empresário Fernando Cavalcanti optou por permanecer calado durante depoimento na CPMI do INSS. Mas, nem por isso a oitiva do depoente deixou de ser esclarecedora. Chamou a atenção o padrão de vida suntuoso, ostentando luxo com ganhos sem justificativa, em contraste com os baixos rendimentos das pessoas lesadas pelas fraudes.
Ex-sócio do advogado Nelson Willians, Cavalcanti saiu de um salário modesto para, em poucos anos, acumular um patrimônio milionário, com acúmulo de carros de luxo, relógios de mais de R$ 1 milhão, coleções de obras de arte e um acervo de vinhos estimado em R$ 7 milhões – alguns dos bens apreendidos pela Polícia Federal (PF) na Operação Sem Desconto.
Segundo apuração comandada pela Polícia Federal e pela Corregedoria Geral da União, por determinação do governo do presidente Lula, Willians e Cavalcanti controlavam entidades que movimentaram mais de R$ 1 bilhão em descontos ilegais.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) ajudou a desmontar a falsa narrativa de sucesso baseada em esforço. “Que esta CPI e a Polícia Federal cheguem às últimas consequências e consigam desbaratar essa quadrilha de bandidos que roubaram os aposentados e aposentadas e debocham do povo brasileiro, tomando vinho de R$200 mil, com adegas de milhões de reais, com galerias de arte maiores do que museus”, afirmou o parlamentar.
O deputado petista destacou a trajetória nebulosa do investigado, que rapidamente passou de assessor da Assembleia Legislativa de São Paulo, em 2017, a empresário bem sucedido, com patrimônio milionário.
“Todas as datas que ele citou foram: 2017, não era Governo do PT; 2019, não era Governo do PT; 2020; 2022. Todas as datas citadas aqui ocorreram no final do Governo Temer e do Governo Bolsonaro. Essa gente saiu do esgoto, saiu do pântano do Governo Bolsonaro. Esses jovens bilionários, os filhos da farra do INSS, donos de iates, Lamborghinis, Ferraris, joias, relógios de R$1 milhão, helicópteros, aviões”, afirmou Paulo Pimenta.
Fernando Cavalcanti foi alvo de mandado de busca e apreensão. Ele é dono da empresa Valestra, especializada em terceirização administrativa, que teria sido usada para ocultar operações financeiras de entidades e pessoas ligadas ao esquema.