OEI Brasil
Lula amplia políticas climáticas com foco no empreendedor de base
O governo do presidente Lula sabe que o sucesso da transição energética e da batalha contra as mudanças climáticas depende também de decisões que envolvem a participação dos países em desenvolvimento em todas as etapas da cadeia global de valor. Nesta perspectiva, criou um mecanismo inédito para apoiar micro e pequenos empreendedores na transição para uma economia verde e de baixo carbono, lançado nesta segunda-feira (17/11) durante a COP 30, em Belém.
A Plataforma Empreender Clima possibilita o acesso dos beneficiados ao Fundo Clima e garante também capacitação e tecnologia sustentável a quem empreende no Brasil. Outro importante objetivo é reduzir as barreiras históricas de acesso dos pequenos empreendedores ao crédito verde, garantindo que o crédito climático não fique restrito a grandes corporações e alcance a base produtiva do país.
Parceiros de peso
A iniciativa é fruto de parceria entre várias instituições que uniram esforços para levar crédito verde acessível, capacitação e tecnologia sustentável a micro e pequenos empreendedores. Além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), integram o grupo a Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Para o ministro do MEMP, Márcio França, a plataforma significa uma nova etapa da política de crédito produtivo no país. “É o pequeno empreendedor no centro da transição ecológica com crédito barato, capacitação e tecnologia a favor do seu negócio. Durante muito tempo, o crédito verde foi uma promessa distante da realidade dos pequenos. Agora, mesmo com a Selic alta, o governo criou uma alternativa para oferecer juros acessíveis e prazos reais de pagamento.”
Com a chamada “Empreeendedorismo climático: pequenos negócios, grandes soluções”, o ministério divulgou em suas redes sociais informações sobre o tema, orientações de participação e destacou a importância da iniciativa e da presença de micro e pequenos empreendedores.
“Empreender com consciência climática é pensar no futuro, e agir agora. Micro e pequenas empresas têm papel fundamental na construção de soluções sustentáveis que gerem impacto positivo para o planeta e para a economia”, diz a postagem.
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Acesso rápido e gratuito
O Empreender Clima contempla oito setores estratégicos — energia, agricultura, logística, construção, gestão de resíduos, entre outros — e foi estruturado em quatro etapas: mapeamento de oportunidades, capacitação em tecnologias limpas, conexão a instrumentos de crédito verde e apoio técnico para transformar ideias em projetos financiáveis.
A plataforma reúne cursos de formação sobre empreendedorismo climático, mapa do ecossistema de negócios verdes no Brasil e catálogo de instrumentos financeiros. Em poucos minutos o empreendedor cria o perfil do seu negócio, assiste a cursos e conteúdos personalizados e gera um documento de pré-enquadramento no Fundo Clima, principal mecanismo federal de financiamento de projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Tudo de forma gratuita.
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Crédito barato, prazos longos e condições flexíveis
O Empreender Clima oferta crédito barato para os pequenos negócios, com taxas a partir de 4,4% ao ano e até 100% de financiamento para investimentos em projetos sustentáveis.
Os recursos variam conforme o tipo de proposta, com prazos longos e condições flexíveis. Projetos de florestas nativas e recursos hídricos podem chegar a 25 anos de pagamento, com até oito anos de carência. Já os de logística verde, transporte coletivo e mobilidade sustentável podem ter prazos de até 25 anos, com cinco anos de carência. Setores industriais e de energia limpa terão a oportunidade de financiamentos de até 16 anos e carência de até seis anos.
Desta forma, micro e pequenos empresários poderão, sem custos e de maneira simples e rápida, criar seus pré-projetos nos moldes exigidos, destravando o acesso a uma das principais fontes de financiamento da economia limpa.
