Governo evita atraso na MP que desonera a cesta básica

Oposição queria impedir leitura do relatório da medida, que incluiu também teor da MP 605, que tratava da redução da tarifa de energia elétrica.


Segundo Ana Rita, que preside
a comissão especial, a MP será
votada na próxima semana

Um pedido de vista coletivo adiou a votação do parecer do relator, deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), à Medida Provisória 609/2013, que desonera produtos da cesta básica. Com isso, os integrantes do colegiado terão prazo de cinco dias corridos para se reunir novamente e votar a MP. A comissão mista é presidida pela senadora Ana Rita (PT-ES)

A MP 609/2013 isenta todos os itens da cesta básica da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e vai contribuir para reduzir o custo de vida.

A desoneração inclui carnes (bovina, suína, aves, peixes, ovinos e caprinos), café, óleo, manteiga, açúcar, papel higiênico, pasta de dente e sabonete. Esses três últimos itens não constavam da cesta básica e foram adicionados ao grupo com a edição da medida provisória. Em seu relatório, Edinho Araújo incluiu novos itens à lista de produtos desonerados, como material escolar e de construção e gás de cozinha.

A concessão de vistas aos pareceres sobre as MPs, após sua apresentação pelo relator, é uma praxe. Entretanto, nesta terça-feira (04), a medida regimental também contribuiu para impedir protelações à apreciação da matéria, já que os oposicionistas integrantes da comissão mista que analisa a MP 609 haviam decidido retirar o quórum da reunião para impedir que a leitura do relatório prosseguisse.

Redução da conta de energia
O relator incorporou à MP o projeto de lei de conversão oriundo da MP 605/2013, que permitia o uso de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para compensar descontos concedidos na tarifa de energia elétrica e que perdeu a eficácia nesta terça-feira.

A MP 605 foi aprovada pela Câmara, mas chegou ao Senado com menos de sete dias para o fim de sua validade. Desde a votação da MP dos Portos (595), há uma decisão da Mesa da Casa de garantir pelo menos sete dias para a análise de medidas provisórias recebidas da Câmara.

Com a iminente perda de eficácia da MP 605, os líderes governistas na Câmara e no Senado e o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), avaliaram, no dia 29 de maio, que a MP 609, pelo seu teor, poderia ser emendada para absorver o texto da medida que tratava da redução da conta de luz.

Ao explicar a solução encontrada pela base, Pimentel afirmou que a MP 605/2013 é “muito importante para o Brasil”, razão pela qual ele disse não acreditar que lideranças da oposição venham a se insurgir contra a ideia.

Conheça o relatório da MP 609

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