Em comissão do Senado, José Pimentel elogiou os protestos pacíficos e interpretou as novas demandas da sociedade
“Ficaria triste se a população estivesse dentro |
“Felizmente, a sociedade despertou.” Essa é a avaliação do líder do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE) sobre as manifestações pacíficas que têm ocorrido em todas as regiões do país. O senador fez uma análise profunda da questão durante debate nesta quarta-feira (19) na Comissão de Infraestrutura do Senado. “Ficaria triste se a população estivesse dentro de casa, vendo os problemas, sem ir às ruas. Quando ela vem para as ruas, nos ajuda a resolver os problemas”, afirmou.
As manifestações começaram por causa do aumento do preço das passagens em várias cidades do país. A população aproveitou para reivindicar melhorias nos sistemas de transporte coletivo. Para José Pimentel, os problemas de mobilidade urbana devem-se, principalmente, à falta de planejamento. Ele explicou que o processo de urbanização no Brasil ocorreu de forma muito rápida após a 2ª Guerra Mundial. “Hoje, 80% da população vive nas cidades e temos de fazer tudo aquilo que não foi feito dos anos 50 para cá, com um custo altíssimo, que é a desapropriação urbana e suas dificuldades”, analisou o senador.
Copa – José Pimentel também lembrou os preparativos para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo de 2014, cuja responsabilidade foi compartilhada entre Governo Federal, estados e municípios. A União ficou encarregada de melhorar a infraestrutura de portos e aeroportos, os governos estaduais, da construção dos estádios e as prefeituras, de melhorar a mobilidade urbana. “Esta última providência foi a que menos andou. Não porque os prefeitos não quisessem, mas pelo custo da desapropriação e a resistência popular”, disse o líder.
Uma nova política habitacional, promovida pelo governo da presidenta Dilma Rousseff, com o programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, busca resolver pelo menos parte desse problema. Pimentel lembrou que o programa já construiu mais de um milhão de moradias e, até 2015, mais dois milhões devem ser entregues.
O senador também destacou a ascensão dos brasileiros na escala social durante os governos Lula e Dilma. Na opinião de Pimentel, essas pessoas, que hoje têm casa própria, carro e bens duráveis, agora querem conhecimento. “Essa nova classe média, que ontem não podia nem passar na calçada de uma universidade, agora vislumbra a possibilidade de chegar lá.”
José Pimentel também lembrou a redução do número de filhos na família brasileira. O Censo 2010 constatou que cada mulher tem, em média, 1,87 filhos. Com isso, a tendência é que a população caia rapidamente nos próximos anos. Para o senador, é preciso refletir sobre todas essas questões e planejar o futuro do país, com a participação da sociedade. “Felizmente a população está despertando e, quando ela desperta, a gente constrói saídas. Aprendi que, sem luta social, não tem transformação, por isso, estou muito otimista com o que está acontecendo no Brasil”, concluiu o senador cearense.
Leia mais:
Falcão pede a militantes do PT que “continuem presentes” nas manifestações