O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) trabalha com uma tendência de aceleração dos investimentos em 2013, devido ao aumento das consultas ao banco feitas por empresas com projetos de investimento. Em relação a 2011, no ano passado houve uma alta de 60% nas consultas (R$ 312,3 bilhões) e de 58% nas aprovações (R$ 260,1 bilhões).
O incremento nas consultas e nas aprovações ocorreu em todos os setores financiados pelo banco, que prevê que o investimento no Brasil cresça a uma taxa de 5,2% ao ano até 2016. Essa movimentação se dá num patamar sem precedentes na história do banco. De acordo com o balanço do BNDES, os indicadores refletem a forte disposição de realização de investimentos por parte do empresariado brasileiro.
Somente em dezembro, as consultas de empresas que submetem projetos ao banco atingiram o montante de R$ 31,4 bilhões (alta de 143,5% na comparação mensal), e as aprovações, de R$ 51,6 bilhões (crescimento de 245%), atingiram patamares recordes. Praticamente todos os segmentos apresentaram taxas expressivas de expansão nesses estágios de operação.
Na indústria, o crescimento das consultas foi liderado pelos segmentos extrativo (R$ 32,2 bilhões), químico e petroquímico (R$ 23,3 bilhões, onde se enquadram projetos de investimento voltados para o pré-sal), material de transporte (R$ 15,4 bilhões) e metalurgia (R$ 11 bilhões).
Na infraestrutura, o destaque foi energia elétrica, com consultas de R$ 29,5 bilhões e aprovações de R$ 38,6 bilhões, seguido por transporte rodoviário (R$ 19,6 bilhões em consultas), outros transportes (R$ 17,6 bilhões) e telecomunicações (R$ 9 bilhões).
Juros
O Conselho Monetário Nacional (CNM) fixou, no final do ano passado, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), praticada pelo BNDES, em 5% ao ano durante o primeiro trimestre de 2013 (1º de janeiro a 31 de março). A redução de 5,5% para 5% vai baratear as linhas de financiamento voltadas para o setor produtivo.
Para incentivar a inovação no setor produtivo, as taxas de juros praticadas pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) serão reduzidas de 4% para 3,5% ao parte das alterações no Programa de ano, como Sustentação do Investimento (PSI) autorizadas pelo CMN. Os financiamentos subvencionáveis da Finep terão mais R$ 85 bilhões. Assim, o valor total passa a ser de R$ 312 bilhões (R$ 227 bilhões antigos + R$ 85 bilhões novos), sendo R$ 306 bilhões para financiamentos com recursos do BNDES e R$ 6 bilhões com recursos da Finep, distribuídos nas diversas linhas.
E, neste ano, os encargos dos fundos garantidores serão incluídos nos financiamentos contratados pelo BNDES. Outra mudança aprovada pelo conselho é que o PSI passará a permitir operações de arrendamento mercantil para “ônibus e caminhões”, “veículos elétricos”, “procaminhoneiro” e “bens de capital”.
Crescimento em 2012 – No ano passado, os desembolsos do BNDES alcançaram a marca dos R$ 156 bilhões, valor 12% superior ao de 2011. Segundo o presidente do banco, Luciano Coutinho, o crescimento é resultado do conjunto de medidas para estimular o crescimento dos investimentos no país, tanto do setor público quanto do setor privado. Só com o Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI), principal programa voltado para a ampliação da base produtiva, foram liberados R$ 44 bilhões, em quase 150 mil operações de financiamento. Do total, 57% foram para micro, pequenas e médias empresas. Os setores de indústria e de infraestrutura absorveram, juntos, 65% (R$ 100 bilhões, em termos absolutos) do total desembolsado pelo banco em 2012.
De acordo com o relatório Economia Brasileira em Perspectiva (edição de dezembro/2012), do Ministério da Fazenda, a economia brasileira passa por uma fase de mudança, que favorece a produção e o emprego. Com taxas de juros baixas, custos financeiros foram reduzidos para empresas e famílias. Segundo o estudo, a taxa real de juros caiu de 14%, em dezembro de 2002, para 1,8%, em novembro de 2012.
Palácio do Planalto