Aníbal: “Ninguém está habilitado para apontar |
O senador Aníbal Diniz (PT-AC) não permitiu, nesta quinta-feira, que um ataque do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) ao PT passasse sem os devidos reparos históricos.
Em seu pronunciamento, o senador tucano discorria sobre os mais diversos temas – da especulação de que a presidenta da República, Dilma Rousseff, vai sugerir a destituição do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, à repetição de “más notícias”, com o patente exagero da “volta da inflação” – até o momento em que recomendou ao Partido dos Trabalhadores “uma penitência dos erros cometidos, principalmente no que diz respeito ao mensalão”.
A acusação mexeu com Aníbal. Em seu aparte, o senador acriano reconheceu ter havido deslizes no PT, mas desconstruiu a tentativa de Aloysio Nunes exagerar na condenação para ocultar erros de seu próprio partido. “Nós dois teríamos que vestir a carapuça”, afirmou Aníbal. “Concordo que devemos reconhecer e admitir falhas. Mas ninguém está habilitado a apontar o dedo com tanta ênfase. O PSDB tem muita culpa pela diminuição do parlamento nacional, principalmente pela compra da emenda da reeleição no governo Fernando Henrique e pelo mensalão mineiro”, rebateu o senador petista.
Como prova do empenho dos governos do PT no combate ao crime, Aníbal Diniz lembrou que a total transparência existente hoje nas contas dos órgãos federais é resultado de políticas de controle implementadas ainda durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio da Silva. Mais ainda, enfatizou o senador petista, foi durante os dez anos de governo do PT que órgãos investigativos e a Polícia Federal receberam as maiores dotações orçamentárias da história, multiplicando por mais de dez as operações da Polícia Federal contra o crime organizado.
Por fim, o senador petista lembrou que o PSDB também “tem muita culpa (…) na diminuição do Parlamento nacional, principalmente com a compra da emenda da reeleição e também com o chamado mensalão mineiro, que antecedeu, inclusive, o mensalão do Partido dos Trabalhadores, porque alguns dos personagens são comuns nos dois casos, principalmente os financiadores envolvidos”.
Sem admitir a parcela de culpa devida e sem dados concretos que desmentissem o fortalecimento do combate ao crime durante os dez anos de governo do PT, o senador tucano mudou de assunto. Disse que a denúncia do mensalão “não se deveu à transparência, mas a Roberto Jeferson”.
Para ele tampouco não existiu a compra de votos de parlamentares pela reeleição na Presidência da República, como foi fartamente noticiado no período, consumando o casuísmo na mudança da Constituição que permitiu a candidatura do ex-presidente FHC ao segundo mandato.