Espírito Santo cria comissões da Verdade e do Trabalho Escravo

“A verdade, por mais triste, dolorosa e cruel que seja, tem que vir à tona sempre”, disse Ana Rita.


 A senadora destacou o momento
histórico para fortalecer as políticas
de direitos humanos no País

 “A verdade, por mais triste, dolorosa e cruel que seja, tem que vir à tona sempre. Não dá para virar uma página da nossa história ou construir uma nova sem olhar ou enfrentar o passado”. Assim resumiu a senadora Ana Rita (PT-ES) a importância de duas comissões, instauradas, nesta segunda-feira (26/3), por iniciativa do Governo do Estado: a Comissão Estadual da Memória e Verdade e a de Erradicação do Trabalho Escravo.

Para a senadora, trata-se um momento histórico, no sentido de avançar e fortalecer as políticas de direitos humanos no Estado e no Brasil. A solenidade contou com a presença da ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes.

Presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH), Ana Rita lembra que o Espírito Santo conta, atualmente, com a Comissão da Verdade do Sindicato dos Jornalistas, a da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), da Assembleia Legislativa e da Escola da Magistratura.  E todas, juntas e em sintonia com o Governo Federal, ganham força para frear e tentar eliminar uma cultura de violação dos direitos humanos no Espírito Santo.

O governador Renato Casagrande esclareceu que as ações não representam políticas de governo, e sim de Estado para ampliar o programa e os mecanismos de proteção a seus cidadãos. “Quem conhece a verdade dá importância aos fatos”, disse, observando que a justiça tem que ser feita a qualquer hora, mesmo que tardia, condenando as práticas de violação aos direitos humanos.

Para a ministra Maria do Rosário, não negar as violações cometidas, no tempo da escravidão e nos chamados anos de chumbo, significa não nos acomodarmos diante delas. Ela deixou claro a imensa dívida que o País tem com os negros e negras e com todos aqueles que tiveram coragem de enfrentar a ditadura militar, lembrando que seis jovens capixabas continuam desaparecidos.

Por tudo o que já aconteceu, segundo a ministra, a grande preocupação e o grande desafio é não permitir, de forma alguma, qualquer forma de exploração de pessoas. A criação da Comissão Estadual da Memória e Verdade, para Maria do Rosário, é um “reconhecimento de que temos possibilidade plena de aprofundar a democracia”.

Integram a comissão recém-criada: o advogado Agesandro da Costa Pereira, a assistente social Eugênia Célia Raizer, o juiz João Batista Herkenhoff, a jornalista Jeanne Bilich, o professor universitário Júlio Pompeu, o professor e escritor Francisco Aurélio Ribeiro e o também professor Sebastião Pimentel.

Assessoria de Imprensa da senadora Ana Rita

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