O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que a obrigatoriedade de que todas as crianças de até quatro anos estejam matriculadas na educação infantil será decisiva para garantir um saldo no processo de escolarização, especialmente para as crianças com menor poder aquisitivo. A exigência foi incluída na Lei de Diretrizes e Bases da Educação e passa a valer a partir de 2016. Antes a obrigatoriedade para matrícula das crianças era a partir dos 6 anos.
“A creche é uma exigência pedagógica |
“O Brasil passou de 9,4% das crianças nas creches em 2000 para 23,6% hoje. Colocamos mais de 1 milhão de crianças na creche nas últimas décadas. Porém, quando olhamos os 20% mais pobres, só 12% estão nas creches”, disse o ministro ao participar, nesta quarta-feira (10), de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
Ele ressaltou que a nova faixa etária para início do processo de aprendizagem atende a uma exigência pedagógica fundamental para o aprendizado e a posterior alfabetização. “Educação infantil e creche não se destinam apenas a resolver um problema das mães e pais para ir trabalhar. A creche é uma exigência pedagógica absolutamente estratégica”, disse.
Na audiência, foram apresentados dados do Ministério da Educação sobre o andamento da construção de unidades de educação infantil. A meta é construir 8.685 mil unidades até 2014, superando a meta estabelecida de 6 mil.
Formação de professores
Preocupado com a baixa procura por cursos superiores de licenciatura em física, química, matemática e biologia, o Ministério da Educação (MEC) elabora um programa para, desde o ensino médio, atrair para essas áreas os estudantes que pretendem se tornar professores. A proposta, ainda em construção, prevê parceria com universidades e também a oferta de bolsas de auxílio, disse o ministro Mercadante.
“É preciso estimular a vocação de professor. Temos o problema salarial, de carreira, mas há também o problema de despertar o interesse pela educação desde cedo e valorizar quem tem esse interesse. Precisamos estimular as ciências exatas, a demanda por ensino superior nessas áreas é muito baixa”, disse, durante a audiência pública.
De acordo com Mercadante, a proposta vai incluir várias estratégias para alcançar o objetivo de formar mais professores para o ensino das ciências exatas. “Vamos fazer um programa para estimular desde o ensino médio, com bolsa, com parceria com as universidades, com laboratório, com cientista para dar palestras”.
Mercadante adiantou ainda que o ministério estuda lançar um grande edital de cultura nas escolas públicas e também a criação de uma universidade das artes para aulas de música, cinema, teatro, dança e poesia. Essas ações deverão ser feitas em parceria com o Ministério da Cultura.
Com informações das agências de notícias
Foto: Agência Brasil
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