A Liderança do PT no Senado expressou sua posição sobre o conflito armado na Faixa de Gaza na tarde desta terça-feira (20/11)
Declaração da Liderança do PT no Senado sobre o Conflito na Faixa de Gaza
A Liderança do Partido dos Trabalhadores no Senado Federal, consternada com a violência na Faixa de Gaza e as dezenas de mortos inocentes nesta ofensiva israelense, vem a público manifestar a sua firme convicção de que esse terrível conflito do Oriente Médio, que afeta a geopolítica mundial, só poderá ser resolvido pela via da negociação e da diplomacia.
Por tal razão, condenamos o uso da violência indiscriminada como forma de ação política por quaisquer das forças envolvidas no conflito, especialmente contra civis inocentes. Nem o Estado de Israel nem o Hamas poderão alcançar seus objetivos mediante a utilização irracional e inútil da violência.
Entretanto, é necessário assinalar que as forças em conflito são extremamente desiguais. Portanto, o cruel bombardeio que o estado de Israel vem fazendo em Gaza não se justifica, sob o falacioso argumento da autodefesa israelense. Com efeito, a absoluta falta de proporcionalidade de capacidade militar entre as forças políticas em conflito, que opõe um dos exércitos mais modernos do mundo a uma organização que mal dispõe de alguns mísseis artesanais de baixíssima precisão e poder explosivo, invalida, de plano, quaisquer argumentos que intentem justificar a brutal ofensiva militar como mera ação de autodefesa.
Lamentamos profundamente a perda de vidas humanas de ambos os lados do conflito, em sua maioria civis inocentes, inclusive mulheres e crianças, e manifestamos o nosso temor de que a provável escalada do conflito bélico leve a uma perda muito maior de vidas, tal como ocorreu em 2008, quando morreram mais de mil palestinos.
Condenamos também o absurdo bloqueio que a Faixa de Gaza vem sofrendo desde meados de 2007, o qual impede a entrada de bens imprescindíveis à população civil inocente, inclusive alimentos e remédios. Manifestamos a nossa repulsa à crescente deterioração das já péssimas condições de vida naquele território palestino que, de acordo com recente relatório da ONU, se tornará absolutamente inabitável até 2020.
Externamos nossa decepção com a falta de avanços na negociação para a constituição de um Estado Palestino soberano, economicamente viável e territorialmente coeso, única forma de assegurar a paz na região, tal como determinam várias resoluções da ONU, inclusive a Resolução da Assembleia das Nações 181, de 1947.
Ecoando a Declaração emitida pelo Mercosul no último sábado e a histórica posição do Brasil em prol da solução pacífica dos conflitos internacionais, exortamos o Conselho de Segurança da ONU a assumir suas responsabilidades e dedicar todos os esforços para estancar a perda de vidas inocentes.
No contexto da imprescindível e urgente negociação de uma saída diplomática para o conflito, acreditamos que o Brasil, país no qual populações de origem árabe e judaica convivem pacificamente, pode desempenhar um papel relevante na mediação que leve à definitiva construção da paz.
Por último, enviamos nossa mensagem de irrestrita solidariedade a todas as vítimas desse terrível conflito, especialmente às famílias palestinas que perderam suas inocentes crianças, imoladas pela irracionalidade e violência de uma guerra que já dura quase sete décadas.