Lindbergh questiona Tombini sobre impacto da inflação no aumento da gasolina

Ao elogiar a condução da política monetária pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tomini, durante audiência pública realizada na manhã desta quinta-feira (22/11) pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), o senador Lindbergh Farias demonstrou sua preocupação sobre o impacto que um aumento nos preços da gasolina e do óleo diesel poderá exercer na inflação. “O fato é que a discussão do reajuste da gasolina nós temos que encarar porque vai acontecer. Alguns analistas falam em reajuste de 15%, 13% e 12%, mas sempre superior a 10%. Seria melhor um único reajuste ou dois ou três no ano, e qual é a estimativa do BC para o impacto na inflação?”, questionou Lindbergh.

O presidente do Banco Central não citou qual seria a data que acontecerá o reajuste nos preços da gasolina e do diesel, mas estimou que haverá um impacto em torno de 4% na inflação, mas sem que isso signifique, na prática, que a estratégia de perseguir o centro da meta inflacionária de 4,5% ao ano será deixada de lado. “Desde que o sistema de metas foi criado, em 1999, perseguimos o centro da meta. Antes, o câmbio fixo influenciava diretamente um para um na inflação pela dureza do regime”, disse ele. Essa explicação de Tombini representa que o País conseguiu tornar o câmbio flutuante e o regime de metas passou a demonstrar como maior clareza a evolução dos preços. Neste ano, segundo Tombini, os preços administrados, como a conta de luz e combustíveis, vão exercer 0% de influência sobre a inflação. No ano que vem, a estimativa do BC é que os preços administrados correspondam a um impacto de 2,3%.

Mas Tombini fez uma observação interessante ao dizer que o governo vai perseguir o compromisso de reduzir os custos da energia. E a previsão da redução dos preços da conta de luz a partir de fevereiro do ano que vem, de 20% na média, produzirá um impacto baixista da inflação, de cerca de 0,5%. Embora Tombini não tenha dito, o reajuste da gasolina projetado por Lindbergh poderá ser anulado pela queda dos valores da conta de luz, iniciativa do governo que faz parte da Medida Provisória (MP nº 579/2012) em tramitação no Congresso.

Audiência
Os fundamentos da economia brasileira estão indo bem. As medidas do governo como a desoneração da folha de pagamentos e a redução 8208848914_545d9009c9das alíquotas de impostos sobre o setor produtivo estão dando os resultados esperados, já que a economia neste último trimestre cresce em torno de 4%, um ótimo sinal para o começo do ano que vem. “É verdade que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano ficou bem abaixo do esperado, em torno de 2%, já que a economia deverá crescer algo em torno de 1,6%”, disse Tombini.

Mas com a economia crescendo no ritmo de 4% ao ano, a perspectiva para o começo do ano que vem é boa até pelos sinais emitidos pela economia dos Estados Unidos. Lá, disse Tombini, nota-se a recuperação do setor imobiliário e a melhoria do nível de emprego. No caso da China, a estabilidade em níveis elevados do crescimento do PIB também é um fator positivo para o Brasil.

Marcello Antunes

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