Suplicy defende as manifestações, não a violência dos black blocs

Referências ao movimento, esclarece senador, sempre foi para persuadi-los a não usar a violência.


Suplicy: não há justificativa para a violência,
em qualquer circunstância (Agência Senado)

Manifestações sim. Desde que pacíficas. Isso é o que defende o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que negou, em discurso ao plenário nessa quarta-feira (12), ter apoiado ou defendido as ações violentas de grupos como Black Blocs ou Anonymous. Em mensagens nas redes sociais, o senador tem sido criticado por ter apoiado ações desses grupos.

“Quero esclarecer que, se alguma vez fiz referência aos mesmos aqui, foi exatamente para persuadir todos os movimentos, como o Anonymous ou os Black Blocs, a não usarem da violência de forma alguma”, enfatizou.

Suplicy recordou a história dos Black Blocs, que, no Brasil, começou a se organizar pelo pelo Facebook, em 2012, e surgiu nas manifestações públicas de junho de 2013 em diante. O grupo prega a unidade das forças que lutam contra o sistema, independentemente das diferenças ideológicas, mesmo que para isso tenham que empregar a violência, depredando instalações públicas, postos de telefones, catracas nos metrôs, agências bancárias, lanchonetes, instalações de empresas privadas ou do Poder Público, portas de prefeituras, de câmaras municipais, e assim por diante.

Senador afirmou que essa postura é diametralmente oposta ao que sempre defendeu. “Avalio que não existe justificativa para o emprego da violência em qualquer circunstância, principalmente quando se trata de defender ideias. Ideias devem ser combatidas com ideias, com ações, por exemplo, passeatas ou modos de mostrar até, às vezes, algum tipo de desobediência civil, como alguns líderes na história da humanidade o fizeram”,  disse.

Conhecido por seu comportamento tranquilo e posturas sempre conciliadoras, Suplicy fez questão de dizer que o emprego da violência desvirtua os objetivos maiores das manifestações populares. “Eu volto a afirmar que não acredito na solução dos problemas por meio da violência. Nos meus 72 anos e pouco de vida, em nenhum momento utilizei ou participei de ações de violência. Sempre conversei com aqueles que avaliavam que era necessária a luta armada no sentido de que seria muito melhor que utilizássemos as formas de não violência” , frisou

Ele concluiu, apelando aos manifestando que expressem sua vontade,  anseios e por meios pacíficos. “Vamos, sim, reivindicar, mas respeitando o direito dos outros, o patrimônio público e privado, e assim as manifestações poderão angariar o respeito de toda a sociedade brasileira e atingir os seus objetivos, ainda mais este ano em que iremos realizar a Copa do Mundo”, concluiu

Giselle Chassot

 

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