Investimento eleva projeção de crescimento do PIB para 4% no final do ano

Em resposta às medidas de estímulo ao investimento público e privado, Fazenda aponta que crescimento deverá ser em torno de 4% ao final do ano.

O investimento tornou-se o principal instrumento responsável pelo crescimento econômico e, por isso, o governo tem adotado medidas para fomentar o investimento público e privado. Entre 2007 e 2011, por meio de benefícios fiscais, os incentivos ao investimento alcançaram R$ 31 bilhões. Só de janeiro a julho deste ano, as desonerações nesta área chegaram a R$ 10,9 bilhões.

A taxa média anual de crescimento do investimento brasileiro é um dos maiores do mundo e alcançou 8,66% entre 2004 e 2011.  Apenas de janeiro a julho de 2012, os investimentos do governo federal estão 30,7% acima do mesmo período do ano passado.

Nos últimos anos, os esforços do governo são para consolidar o investimento, aumentando a participação dele no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Dessa forma, de 2003 a 2011, a participação dos investimentos no PIB cresceu 4 pontos percentuais, saindo de 15,3% para 19,3%.

Enquanto isso, no mesmo período, a participação do consumo das famílias brasileiras recuou 1,6 p.p, indo de 61,9% para 60,7%. Isso mostra que a economia brasileira está menos dependente do consumo interno e mais predisposta a reagir aos estímulos ao investimento.

Esses dados estão presentes na 16ª edição do Relatório “Economia Brasileira em Perspectiva”, do Ministério da Fazenda. A publicação traz as principais variáveis econômicas do Brasil, com informações atualizadas até 17 de agosto de 2012.

O relatório mostra ainda que, desde o inicio do Programa de Aceleração do Investimento (PAC), em 2006, os investimentos acumularam crescimento de 52,6%. No mesmo período, o consumo das famílias cresceu 31,1%. Para a Fazenda, “o objetivo é manter a taxa de crescimento do investimento acima do crescimento do PIB nos próximos anos”.

Retomada do crescimento

De acordo com a publicação do Ministério, as medidas anticíclicas em curso e a ênfase maior no investimento já começaram a surtir efeito. Desta forma, ao final do ano, a economia deverá estar crescendo a um ritmo anualizado em torno de 4%. Essa perspectiva vem sendo  reforçada pelo ministro Guido Mantega em suas manifestações públicas.

Em evento na noite de quinta-feira (23/11), em São Paulo, Mantega disse a empresários que, com os dados do varejo e da criação de emprego, a economia brasileira emite sinais claros de aquecimento e a indústria passa por um momento de virada.

Em julho, as vendas no varejo cresceram 6,1%, em relação a maio, a maior alta desde setembro de 2009 e reflexo da redução do IPI para automóveis e eletrodomésticos; o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central, teve alta de 0,75%; e a produção industrial cresceu 0,2%, interrompendo uma série de três meses consecutivos de contração.

No mesmo período, o saldo entre contratados e demitidos com carteira assinada ficou 1,4% acima, ante maio de 2011.

Para o governo, o desempenho econômico no primeiro semestre foi influenciado pelo agravamento da crise internacional, que abateu o ânimo dos investidores e tornou os consumidores mais cautelosos. Já para o segundo semestre, a expectativa é de que haja aceleração na produção da industrial, apoiada pelas medidas de estímulos à demanda doméstica; a taxa de câmbio mais competitiva; e a queda na taxa de juros.

Inflação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulado em 12 meses, registrou 5,20% em julho de 2012. A expectativa do Ministério da Fazenda é de que as pressões pontuais em alimentos tendem a recuar nos próximos meses, fazendo com que a inflação alcance 4,7% ao final de 2012, em torno do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%.

Juros e crédito

O Banco Central do Brasil vem reduzindo a taxa básica de juros (Selic) desde agosto de 2011. Em julho, a taxa Selic atingiu seu menor valor histórico, de 8,0%. Já a taxa real de juros entrou em declínio nos últimos dez anos, saindo de 14%, em dezembro de 2002, para 1,7%, em agosto de 2012.  Com a queda dos juros, o crédito ficou mais barato e mais fácil de ser adquirido. A taxa de juros média de empréstimos para indivíduos caiu 8,6 p.p. (de 45,1% para 36,5%), entre janeiro e junho de 2012. Para empresas, a queda no período foi de 4,9 p.p. (de 28,7% para 23,8%).

Em junho de 2012, o volume total de crédito no país alcançou montante superior a R$ 2,2 trilhões, atingindo 50,6% do PIB.

Política Fiscal

Em 2012, o governo tem buscado combinar um nível de consolidação fiscal similar ao registrado em 2011. Para isso, tem buscado melhorar o perfil do endividamento público, visando mitigar os efeitos da volatilidade.

A expectativa é que seja cumprida a meta de R$ 139,8 bilhões do superávit de 2012. Apenas no primeiro semestre, o Governo Central alcançou 105% da meta prevista para os primeiros oito meses do ano.

Os superávits primários consistentes têm contribuído para a redução da da Dívida Líquida do Setor Público, a qual já caiu 25,3 p.p. do PIB nos últimos dez anos. Em junho deste ano, a dívida liquida atingiu 35,1% do PIB.

Em Questão

 

To top