O senador Jorge Viana (PT-AC) foi entrevistado pelo suplemento Acre Economia do jornal A Gazeta, na última sexta-feira (15/06), e falou sobre o modelo de desenvolvimento regional, Amazônia, desafios da Rio+20 e Código Florestal. Viana fez críticas à condução das ações públicas para a Amazônia, por parte do Governo Federal. “O Governo tem uma dívida enorme com a Amazônia. A Amazônia não tem endereço em Brasília”, disse.
Durante a abertura do Seminário Internacional que reuniu a diplomacia do Brasil, Peru e Bolívia, ocorrida no dia 15/06, para tratar de turismo e comércio regional, realizado
“O Brasil que chega a Rio+20 é o que vai tratar de pobreza, que vai tratar de economia verde e de desenvolvimento com melhores indicadores sócio-ambientais. Na Rio+
De acordo com Jorge Viana, os estados da região amazônica executaram políticas públicas que permitiram a diminuição da exclusão social. Porém, ele diz que existe falha no PAC, que trata da Amazônia pelo número de habitantes e não pela sua importância para o Brasil e para o mundo.
“O Acre trata dessa agenda há muitos anos. Começou comigo lá atrás; nós temos exemplos no Pará; no Amapá; no Mato Grosso. São exemplos bons. Mas, sem o tamanho e a importância que precisam. Nós somos guardadores de uma região que é da maior importância para o Brasil e para o mundo. Esse é o desafio que eu vejo no pós-Rio+20: como a gente pode mudar a governança florestal no Brasil e como tomarmos uma atitude de respeito com a população que vive na Amazônia, com os governadores e com os prefeitos e fazer com que a Amazônia vire uma vantagem comparativa para o Brasil e deixe de ser um problema. Que ela nunca foi”.
O senador Jorge Viana ainda falou sobre o novo Código Florestal, ressaltando que o Medida Provisória que se encontra no Congresso, se inspirou na posição que ele e o senador Luiz Henrique defenderam, garantindo rigor à Lei Ambiental. “Agora, o debate, ‘se se flexibiliza ou não’ é sobre o passivo ambiental: aquilo que já foi desmatado. Vai ter recomposição de floresta ou não vai ter? Os ruralistas querem que não tenha nada de recomposição porque dizem que vai prejudicar a atividade produtiva. O que não é verdade: não vai prejudicar. Os ambientalistas querem que se recomponha tudo o que foi desmatado nos últimos 40 anos: isso é impossível. Pela primeira vez, o Brasil pode ter um cenário onde não vão contar apenas às florestas que estão sendo desmatadas e a redução do desmatamento. Mas, vai ser contabilizada também a floresta que está sendo regenerada, que está sendo trazida de volta, e isso nunca tinha acontecido. Lamentavelmente, está tendo um desencontro com setores ambientais e enfrentamento do setor ruralista com a proposta do Governo e a proposta que fizemos no Senado. Mas, eu estou confiante que isso vai ser solucionado”, avaliou.