O Brasil aparece em quinto lugar no crescimento per capita entre 20 países analisados por um novo “Índice de Riqueza Inclusiva (IRI)”, lançado no último domingo (17/06), e apresentado na Conferencia Rio + 20, que busca suprir deficiências de dois outros índices já existentes, o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
O IRI vai além do PIB e do IDH para incluir uma ampla gama de ativos – como o capital manufaturado, humano e natural – para apresentar as perdas causadas pelo crescimento econômico para as próximas gerações no total das riquezas de um país, tornando a análise e a formulação de políticas mais fieis à realidade. “A importância em cuidar de todo o leque de bens de capital de um país torna-se particularmente evidente quando o crescimento populacional é levado em conta”, afirmou Diretor Executivo do Programa Internacional de Dimensões Humanas sobre Mudança Ambiental Global da UNU, professor Anantha Duraiappah.
Para o programa, o PIB e o IDH são falhos porque medem a economia dos países e não incluem informações sobre o meio ambiente e se as políticas nacionais são sustentáveis ao longo do tempo. “Nem o PIB nem o IDH refletem de nenhuma maneira o estado de conservação da natureza ou dá indicações se os níveis de bem-estar são sustentáveis”, afirma a pesquisa.
Para Duraiappah, o crescimento econômico apresentado pelo PIB mascara o fato de que os recursos naturais estão se esgotando.
Já o IRI oferece, diz a ONU, uma “análise mais abrangente dos vários componentes de riqueza de um país, avaliando mudanças em capital humano, produzido e natural ao longo do tempo e apresenta uma perspectiva no bem-estar humano e na sustentabilidade”.
O documento conclui que 25% dos países com tendência positiva quando medido pelo PIB per capita e pelo IDH, computaram IRI per capita negativo; o capital humano tem aumentado em todos os países e é a forma de compensar a diminuição do capital natural na maioria das economias.
No ranking do IRI elaborado com base no desempenho anual entre 1990 e 2008, o Brasil aparece empatado na quinta posição com Índia, Japão, Reino Unido. Seis dos 20 países avaliados tiveram crescimento negativo no IRI – Colômbia, Nigéria, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul e Venezuela. O principal motivo foi crescimento populacional, com a exceção da Rússia.
Dos 20 países – que representam 56% da população e 72% do PIB mundial – 19 tiveram queda no capital natural, ou seja, destruíram a natureza mais do que compensaram essa destruição. O Japão, que aumentou sua cobertura de florestas, foi à exceção. Para 13 dos demais países, essa diminuição não correspondeu exatamente a uma queda no índice.
Embora, entre os países medidos no PIB per capita, o Brasil fique na metade final (11ª posição, com 1,6% de crescimento médio), no IRI o País salta para a quinta, com 0,9%.
As mudanças na riqueza inclusiva do Brasil se deveram principalmente pelo rápido crescimento em capital humano, em 48%, o que compensou a considerável perda de 25% do capital natural. Essa perda se deu principalmente pelo desmatamento de florestas (66% dessa perda), além de uso de áreas para agricultura e o uso de combustíveis fósseis.
Com informações da ONU e agências online