Aumenta a escolaridade média da força de trabalho

O boletim trimestral de inflação divulgado na última semana pelo Banco Central traz algumas informações que passaram longe da cobertura jornalística tradicional que focou suas atenções para a perspectiva de o crescimento econômico fica abaixo das previsões iniciais do governo, de 4% em 2012. No conjunto de informações, chama atenção o fato de que está aumentando a escolaridade média dos trabalhadores, assim como a idade de ingresso no mercado de trabalho, enquanto que ocorre a diminuição do trabalho juvenil.

A busca do primeiro emprego passou de 19,9 anos em 2003 para 21 anos em abril de 2012, dado que aponta que as pessoas estão entrando no mercado de trabalho com idade mais avançada. Ao mesmo tempo, quem está ingressando no mercado de trabalho chega à economia formal tendo estudado mais de 11 anos – em 2003 esse percentual correspondia a 39,7% e encerrou 2011 em 51,7%. Em 2003, quem ingressava no mercado de trabalho tinha estudado em média 8,3 anos.

Conforme o boletim de inflação do Banco Central, dentre a População Economicamente Ativa (PEA) em 2001, 4,6% dos trabalhadores com idades acima de 26 anos continuavam estudando e 33,7% do contingente com esse perfil chegou a concluir algum curso de qualificação profissional. Em 2003, esse percentual era de 18,6%. Entre a população não economicamente ativa (PNEA), os dados indicam que os futuros trabalhadores têm buscado cursos de qualificação para atender as exigências do mercado de trabalho: 31,6% já concluiu algum curso. Em 2003, essa preocupação era menor, pois apenas 15,1% dos futuros trabalhadores haviam concluído algum curso de qualificação.

Por essas informações, é possível concluir que está ocorrendo uma sensível e constante melhora do nível de escolaridade dos trabalhadores que conseguem o primeiro emprego; que a competição exige empregados com níveis escolares elevados e que a tendência é esses indicadores continuarem positivos – o Governo Federal tem investido na abertura de escolas técnicas e facilitado o acesso aos cursos superiores. Também foi apontado pelo boletim do BC que a escolaridade média da população que passa para a inatividade (que se aposenta) avança. Em 2003, quem se aposentava tinha estudado em média 6,4 anos. Em 2011, quem se aposentava havia estudado 7,7 anos.

Focus
As consultorias privadas que fazem o levantamento da impressão do mercado financeiro para a inflação reduziram pela sétima vez as projeções da variação do Índice Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano, de 4,95% para 4,93%. As consultorias, por sua vez, projetam que no ano que vem a inflação será de 5,5%.

Segundo o boletim Focus, divulgado hoje, o mercado financeiro aposta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será de 2,05% ante a previsão anterior de 2,18% por conta das avaliações de que a economia brasileira continuará sentindo os reflexos da crise econômica internacional. A previsão oficial do BC para o crescimento do PIB foi reduzida na semana passada de 3,5% para 2,5% neste ano, embora o Ministério da Fazenda projete expansão para este ano acima do percentual de 2,7% verificado em 2011. Para o ano que vem, o mercado financeiro estima que o PIB cresça 4,2%.

Em relação à taxa básica de juros, a Taxa Selic, as consultorias privadas consideram que a atividade econômica mais fraca será refletida nos juros, encerrando o ano com uma Taxa Selic de 7,5%. Para 2013, a projeção é que a Taxa Selic volte a subir e fique em 9%.

Marcello Antunes, com informações da Agência Brasil

Leia o Boletim da Inflação

To top