Cassado por 56 votos, Demóstenes fica inelegível até fevereiro de 2027

 

 

Por 56 votos a favor, 19 contra e 5 abstenções, o plenário do Senado decidiu pela cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) por quebra de decoro parlamentar. Ele foi considerado culpado da acusação de envolvimento com o esquema de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, atualmente preso na penitenciária da Papuda. Relatórios da Polícia Federal apontam Cachoeira como chefe de um esquema de corrupção, tráfico de influência e jogos ilegais.

 

Com a decisão do Senado, Demóstenes Torres ficará inelegível por oito anos, contados a partir do fim do mandato (fevereiro de 2019). Assim, só poderá concorrer a um cargo político a partir das eleições de 2028. A sessão durou pouco mais de três horas.

 

O autor da representação contra o parlamentar, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP); e os relatores do processo no Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE) e na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Pedro Taques (PDT-MT), reiteraram os argumentos pela cassação. Também usaram a tribuna 5 senadores que condenaram o uso das prerrogativas parlamentares indevidamente e a impunidade e defenderam o fim do voto secreto em processos de cassação de mandato. 

Ao apresentar relatório pedindo a cassação do mandato, Humberto Costa afirmou que o parlamentar goiano atuou como um braço político do esquema criminoso montado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira para influenciar agentes públicos e privados. “É o seu passado que o condena”, disse Humberto ao pedir a cassação.

Segundo o senador petista, que foi relator do caso no Conselho de Ética, a relação entre Demóstenes e Cachoeira ia muito além das “circunstâncias meramente sociais”. No seu primeiro discurso no plenário, o senador goiano havia dito que possuía apenas uma relação de amizade, mas as investigações apontaram que Demóstenes, inclusive, tentou influenciar decisões políticas em favor do contraventor, usando seu mandato para beneficiá-lo. O ex-líder goiano mentiu para seus pares, e decepcionou aqueles que havia conseguido enganar.

“O mandato do senador Demóstenes se transformou em instrumento do senhor Cachoeira para defesa de interesses privados, para busca de vantagens junto ao Estado e a relação promíscua dos dois, com concessão de presentes, vantagens, são coisas inaceitáveis para alguém que representa o povo”.

Conheça o relatório de Humberto Costa, que pediu a cassação de Demóstenes Torres.

Veja também o relatório do senador Pedro Taques (PDT-MT), que atestou a constitucionalidade do parecer de Humberto Costa na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. 

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Com Agência Senado

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