Ocupo esta Tribuna para me somar as ações do Outubro Rosa, movimento mundial contra o câncer de mama e que tem o objetivo de dar visibilidade ao tema e estimular a participação da população e entidades na luta contra essa doença que mata anualmente milhares de mulheres.
Mais do que chamar a atenção, o Outubro Rosa pretende sensibilizar o poder público sobre a importância de dar atenção adequada ao câncer de mama. O nome do movimento remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama.
No Brasil, o movimento chegou em 2002. A marca principal é a iluminação de monumentos históricos com a cor rosa. No Espírito Santo, as atividades do Outubro Rosa foram abertas, no último dia 30. Desde então, o Palácio Anchieta, sede do Governo do Estado, está iluminado de rosa. Em Brasília, a campanha foi lançada ontem e temos o prédio do Congresso aqui todo iluminado. Participei das atividades do lançamento do movimento, ocorridas em Vitória, onde a campanha leva o nome de “Outubro Rosa – Um toque pela vida” e é organizada pela Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer, a Afecc.
A campanha no Espírito Santo prevê eventos em várias cidades. Neste domingo, 9 de outubro, haverá ação global do Ministério Público, na Praça da Papa. Entre as atividades, também, encontram-se palestras de prevenção de câncer na Comunidade da Piedade, Fonte Grande, Moscoso, Capixaba e Centro de Vitória. Em Cariacica, haverá ações, no dia 22 de outubro. A campanha terá, ainda, no próximo dia 30, uma caminhada e no dia seguinte, 31 de outubro, Missa em Ação de Graças, na Igreja Santa Rita, na Praia do Canto.
Quero parabenizar ao meu Estado por ter aderido ao Outubro Rosa, pelas atividades que desenvolve este mês e saudar as bravas guerreiras da Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer. Quero saudar, ainda, a todas e a todos que lutam contra essa doença e aos seus familiares e amigos.
Aproveito para destacar que o câncer de mama mata todo dia, 30 mulheres no Brasil e é o segundo tipo mais frequente da doença no mundo, sendo o mais comum entre as mulheres. Se diagnosticado e tratado oportunamente, as perspectivas de cura são grandes. O diagnóstico ágil e o tratamento qualificado garantem chances de cura de até 95%.Por isso é muito importante exame clínico, mamografia e ultrassonografia. Garantir o acesso ao médico e a esses exames na rede pública para todas as mulheres a partir dos 40 anos é fundamental. A incidência da doença não pode ser mudada, mas pode-se evitar muitas mortes com a detecção precoce que salva vidas.
Lembro que a mamografia é um direito de toda mulher a partir dos 40 anos. O exame é previsto na Lei Federal 11.664, de 2008. A mamografia é considerada a melhor forma de detectar o câncer de mama, justamente por permitir o diagnóstico precoce da doença, especialmente em fase inicial e com tumores imperceptíveis ao toque.
Este é um tema que devemos tratar com muita atenção, pois a doença cresce em todo o mundo. Recente relatório da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer revela que o impacto global do câncer mais que dobrou em 30 anos. Em 2008, a Organização Mundial de Saúde estimou que ocorreriam 12,4 milhões de casos novos e 7,6 milhões de óbitos por câncer no mundo. Destes, os mais incidentes foram o câncer de pulmão, mama e cólon e reto. No Brasil, as estimativas, para o ano de 2010 e que são válidas para este ano, também, apontam para a ocorrência de quase 490 mil casos novos de câncer. Os tipos mais incidentes, à exceção do câncer de pele do tipo não melanoma, serão os cânceres de próstata e de pulmão nos homens e os cânceres de mama e do colo do útero nas mulheres.
Só o Espírito Santo deve registrar, neste ano, cerca de 10 mil novos casos de câncer, segundo previsão do Instituto Nacional do Câncer, o Inca. Destes, 820 novos registros de câncer de mama. Em meu Estado, o câncer de mama foi responsável pela morte de 1.810 mulheres nos últimos dez anos. Somente no ano passado, foram 236 vidas femininas ceifadas pela doença.
O contínuo crescimento populacional, bem como seu envelhecimento são fatores apontados como forma significativa do impacto do câncer no mundo. Diante desse cenário, fica clara a necessidade de continuidade em investimentos no desenvolvimento de ações abrangentes para o controle do câncer, nos diferentes níveis de atuação, como: na promoção da saúde, na detecção precoce, na assistência aos pacientes, na vigilância, na formação de recursos humanos, na comunicação e mobilização social, na pesquisa e na gestão do Sistema Único de Saúde. É preciso que o acesso aos serviços públicos de saúde seja garantido ao maior número de mulheres possíveis, o diagnóstico precoce e, se necessário, o tratamento iniciado o mais rápido possível. Com diagnóstico ágil e tratamento qualificado, podemos diminuir o impacto desta doença.
Neste sentido, faço questão de ressaltar que no Espírito Santo, de janeiro a junho deste ano, foram realizadas 33 mil mamografias em 20 estabelecimentos conveniados com o SUS, num investimento de R$ 1,4 milhão. Aproveito para lembrar que, em março deste ano, a presidente Dilma Rousseff, lançou um plano de ação para fortalecer o Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama. Para implementar as ações, que serão desenvolvidas até 2014, o Governo federal vai investir mais de 1,2 bilhões de reais. O plano está inserido num projeto maior, de fortalecimento da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer, que terá um aporte total de R$ 4 bilhões e meio. Os objetivos do Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama são garantir a ampliação do acesso aos exames de mamografia da doença com qualidade a todas as mulheres entre 50 e 69 anos, população-alvo do programa, e reduzir, ao máximo possível, o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento da doença, de forma a diminuir a mortalidade.
Para isso, estão previstas ações que visam a qualificar toda a rede de atenção para o controle do câncer de mama e garantir a manutenção dos mamógrafos. Os investimentos que o Espírito Santo e o Brasil tem feito são importantes, mas precisamos continuar avançando para garantir saúde pública de qualidade a toda brasileira e a todo brasileiro.
Senhor presidente, senhoras senadores e senhores senadores, muito obrigada. Era o que tinha para o momento.