As velhas práticas destacadas pelo senador estão no programa de governo proposto pela candidata que, aliás, nada mais é do que uma cópia do programa apresentado pelo PSDB, segundo Aécio Neves. Costa questionou se Marina abaixaria a cabeça ao mercado financeiro, deixando a política neoliberal disseminar novamente o desemprego, a subida de preços, o aumento de impostos e o arrocho salarial.
Para o líder, o que foi demonstrado até agora, na verdade, é a fraqueza da chapa presidencial de Marina Silva, que – refutando tudo e todos – não teria ninguém para governar caso vencesse a eleição. “Não teria apoios para aprovar projetos e jogaria o Brasil numa paralisia extremamente perigosa”, disse. Humberto lembrou que recentemente o vice da candidata, o deputado e Beto Albuquerque (PSB-RS), chegou a admitir que governariam o país conclamando a população a tomar as ruas para acuar a Câmara e o Senado, ou seja, usando cidadãos como instrumentos de pressão sobre o Legislativo.
Ainda segundo o senador, as alianças eleitorais da candidata são todas de conveniência, já que ela diz não se juntar com o que chama de ‘raposas’. “Mas é só observar os seus palanques regionais, pois as raposas estão todas lá”. A candidata do PSB – ou seria da Rede Sustentabilidade? – afirma ainda não aceitar doações de empresas de álcool, tabaco, armas e agrotóxicos, mas o próprio tesoureiro de campanha a contradiz: o dinheiro pode vir de onde for. “Ela não tem controle sequer do partido que a hospeda provisoriamente. Que controle teria sobre o Brasil?”.
Pré-sal
Além da incoerência dentro do partido, Humberto Costa também questiona o desdém de Marina a uma das maiores descobertas brasileiras de todos os tempos, o pré-sal. “A candidata dará as costas a tudo isso, uma vez que nas diretrizes de política nacional de energia do seu programa de governo, sequer há citação das palavras ‘petróleo’ e ‘pré-sal’. Aliás, não duvido que possa ser esse o propósito: o de mais uma vez, o povo brasileiro ser traído por um governo que queira vender nossas riquezas aos estrangeiros”.
O senador lembrou que a presidenta Dilma vai investir mais de R$ 1,3 trilhão do pré-sal na saúde e na educação nos próximos 30 anos, “transformando a riqueza finita do petróleo na riqueza infinita da melhoria das condições de vida da nossa população”. Para o parlamentar, os brasileiros já manifestam o entendimento de que não querem devolver o Brasil a um passado de atraso e miséria. “É possível avançar com o que já temos. É possível mudar a partir do que já conquistamos. Para irmos mais longe, não podemos voltar atrás e abrir mão do que conseguimos, nem podemos dar um salto no escuro rumo a um precipício”.
Carlos Mota