Humberto Costa: “Eleição de Marina paralisaria o Brasil”

A “nova política” pregada pela candidata do PSB à presidência ,Marina Silva, foi duramente criticada pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), durante discurso em plenário nesta terça-feira (2). “Desde que foi cunhada, essa expressão ‘nova política’ mostrou que de nova nada tinha: era mais do mesmo. Era uma alegoria criada para ser vendida como novidade, ao mesmo tempo em que travestia velhas práticas”, disse.

 

As velhas práticas destacadas pelo senador estão no programa de governo proposto pela candidata que, aliás, nada mais é do que uma cópia do programa apresentado pelo PSDB, segundo Aécio Neves. Costa questionou se Marina abaixaria a cabeça ao mercado financeiro, deixando a política neoliberal disseminar novamente o desemprego, a subida de preços, o aumento de impostos e o arrocho salarial.

 

Para o líder, o que foi demonstrado até agora, na verdade, é a fraqueza da chapa presidencial de Marina Silva, que – refutando tudo e todos – não teria ninguém para governar caso vencesse a eleição. “Não teria apoios para aprovar projetos e jogaria o Brasil numa paralisia extremamente perigosa”, disse. Humberto lembrou que recentemente o vice da candidata, o deputado e Beto Albuquerque (PSB-RS), chegou a admitir que governariam o país conclamando a população a tomar as ruas para acuar a Câmara e o Senado, ou seja, usando cidadãos como instrumentos de pressão sobre o Legislativo.

 

Ainda segundo o senador, as alianças eleitorais da candidata são todas de conveniência, já que ela diz não se juntar com o que chama de ‘raposas’. “Mas é só observar os seus palanques regionais, pois as raposas estão todas lá”. A candidata do PSB – ou seria da Rede Sustentabilidade? – afirma ainda não aceitar doações de empresas de álcool, tabaco, armas e agrotóxicos, mas o próprio tesoureiro de campanha a contradiz: o dinheiro pode vir de onde for. “Ela não tem controle sequer do partido que a hospeda provisoriamente. Que controle teria sobre o Brasil?”.

 

Pré-sal

Além da incoerência dentro do partido, Humberto Costa também questiona o desdém de Marina a uma das maiores descobertas brasileiras de todos os tempos, o pré-sal. “A candidata dará as costas a tudo isso, uma vez que nas diretrizes de política nacional de energia do seu programa de governo, sequer há citação das palavras ‘petróleo’ e ‘pré-sal’. Aliás, não duvido que possa ser esse o propósito: o de mais uma vez, o povo brasileiro ser traído por um governo que queira vender nossas riquezas aos estrangeiros”.

 

O senador lembrou que a presidenta Dilma vai investir mais de R$ 1,3 trilhão do pré-sal na saúde e na educação nos próximos 30 anos, “transformando a riqueza finita do petróleo na riqueza infinita da melhoria das condições de vida da nossa população”. Para o parlamentar, os brasileiros já manifestam o entendimento  de que não querem devolver o Brasil a um passado de atraso e miséria. “É possível avançar com o que já temos. É possível mudar a partir do que já conquistamos. Para irmos mais longe, não podemos voltar atrás e abrir mão do que conseguimos, nem podemos dar um salto no escuro rumo a um precipício”.

 

Carlos Mota

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