Para Paim, a campanha anual tem contribuído para uma mudança de mentalidade. “Há um olhar diferente, o olhar da sensibilidade, do carinho”, afirmou. O mais importante do Outubro Rosa é estimular o debate sobre estratégias para a prevenção, diagnóstico precoce e o tratamento do câncer de mama, envolvendo a população e os poderes públicos. O movimento chegou ao Brasil trazido pela Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), entidade que promove uma série de ações visando sensibilizar e aumentar o nível de consciência de todos sobre a necessidade de uma maior atenção aos desafios para o enfrentamento do câncer de mama.
“O Congresso Nacional, o Palácio do Planalto, o Palácio do Buriti, a Catedral, estão entre os prédios iluminados de rosa, cor que simboliza o engajamento de mulheres, de homens, de famílias, enfim, de toda a sociedade na luta contra esta doença”, lembrou Paim.
Além de lembrar e debater o problema, destacou o senador, é fundamental que os governos atuem para garantir os meios de diagnóstico e tratamento. No Brasil, desde 2012 está em vigor a Lei 12.732, sancionada pela presidenta Dilma, que assegura o início do tratamento do câncer de mama na rede pública 60 dias após o diagnóstico. Uma pesquisa encomendada pela Femama revela os avanços e desafios para o cumprimento da Lei.
A pesquisa mostra avanços como a descentralização dos dados sobre a doença, bem como o financiamento tripartite federal, estadual e municipal para a prevenção e tratamento do câncer. Mas também revela que é necessário otimizar a sistematização dos dados para se ter uma maior clareza no número de casos de câncer de mama no Brasil. “O câncer da mama é o que mais acomete as mulheres em todo o mundo. Em 2013, estimaram-se, para o Brasil, 52.680 casos novos da doença, quase 60 mil casos, com uma projeção de risco de 52 casos a cada 100 mil mulheres”, lembrou Paim.
Em quatro das cinco regiões brasileiras, o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, sem considerar os tumores de pele. No Sudeste (69/100 mil), Sul (65/100 mil), Centro-Oeste (48/100 mil) e Nordeste (32/100 mil). Na Região Norte, é o segundo tumor mais incidente (19/100 mil), ficando atrás do câncer do colo do útero (23/100 mil).