Comissão aprova preferencialidade para vítimas de violência de gênero

Para Ana Rita, tratamento preferencial é essencial para que vítimas possam retomar a vida Um dia depois da data escolhida como o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher – 25 de novembro –, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou, nesta quarta-feira (26), uma proposta que vai permitir o que a relatora, senadora Ana Rita (PT-ES), chamou de “recuperação da autoestima da mulher”. A medida garante não só o tratamento dos ferimentos decorrentes das agressões físicas, mas o acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas restauradoras para as vítimas de violência doméstica. A iniciativa é resultado do trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou a violência contra as mulheres.

 

Para a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que se notabilizou por sua atuação em defesa dos direitos das mulheres, a proposta complementa o projeto apresentado por ela para garantir o amparo da assistência social às vítimas, independentemente de contribuição previdenciária. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC 43/2012) está pronta para votação no plenário do Senado. “Acho que estamos cercando por todos os lados a violência contra a mulher”, comemorou Marta.

O senador Paulo Paim lembrou os números divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que demonstram que a agressão cometida por parceiros é o tipo mais comum de violência contra as mulheres em todo o mundo. “Cerca de 35% de todas as mulheres devem sofrer violência ou em casa ou fora dela em algum momento de suas vidas; e 42% da população feminina que foi vítima de violência física ou sexual sofreram lesões”, disse, defendendo a proposta.

A senadora Ana Rita argumentou que é preciso minimizar tanto quanto possível as consequências das agressões contra as mulheres. “Quantas delas têm seus rostos desfigurados?”, disse. Para ela, nesses casos, a cirurgia plástica é fundamental para que essas pessoas possam retomar suas vidas.

Aprovada por unanimidade, a proposta segue agora para a Comissão de Direitos Humanos (CDH).

Giselle Chassot

Conheça a proposta

Veja o que estabelece a PEC 43/2012

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