Tombini reforça que inflação virá para o centro da meta até 2016

O presidente do Banco Central, ministro Alexandre Tombini, participou na manhã desta terça-feira (9) de audiência pública realizada pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), quando garantiu que a inflação tende a convergir para o centro da meta que é de 4,5% até 2016 – no acumulado deste ano a inflação está em 5,85%. Segundo Tombini, o período entre 2015 e 2016 representa o que ele chama de horizonte relevante, quando um conjunto de fatores econômicos sinalizará que a inflação perdeu os focos de pressão sobre os preços e a economia voltou a crescer num ritmo mais intenso. “Não teremos e não temos complacência com a inflação”, disse o ministro.

 

 

Ao falar da expectativa da inflação para os próximos dois anos, Tombini explicou que a pressão existente sobre preços administrados – combustíveis e energia elétrica, por exemplo – será compensada pela política monetária que irá atuar para o efeito não se espalhar na economia. “Essa iniciativa diminui a vulnerabilidade da política monetária para que os efeitos sejam limitados e sem repercussões secundárias”, afirmou.

Durante a audiência, Tombini destacou que as expectativas de crescimento da economia mundial apontam para um percentual de 2,5% do PIB; a previsão para os países da Zona do Euro é de 1,2%; para os Estados Unidos 3% e para a China 7%. Nos Estados Unidos a taxa de desemprego recua e está em 5,8%, mas na Zona do Euro o índice é de 11,5%.  Entre os países emergentes, em que pese a moderação na atividade econômica, a perspectiva é de um crescimento do PIB ao redor de 4,4% na média.

Em relação aos fundamentos da economia brasileira, Tombini destacou que houve uma desaceleração do crédito para 12,2% depois de ter atingido quase 22% em dezembro de 2010. No mesmo período, a inadimplência recuou de 3,9% em dezembro de 2010 para 2,94%, índice de outubro deste ano.

LDO 2015

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), responsável pelo relatório das receitas da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano que vem, disse que poderá diminuir a expectativa de apuração de receitas para 2015, caso seja incorporada ao relatório uma perspectiva de contingenciamento. Há duas semanas, Pimenta promoveu um ajuste em seu relatório ao reestimar a previsão de arrecadação tributária para o ano que vem no valor de R$ 21,2 bilhões, passando, então, de R$ 1,45 trilhão para R$ 1,47 trilhão.

Na tarde desta terça-feira, nova sessão do Congresso Nacional será realizada para analisar a última emenda que falta para o PLN 36 ir para a sanção presidencial. O PLN 36 é o que muda o resultado fiscal da LDO em vigor para este ano, permitindo ao governo abater da meta de superávit primário os investimentos no PAC e os valores relativos às desonerações fiscais.

O líder da minoria, deputado Mendonça Filho (DEM-PE) avisou que seu partido e os demais da oposição vão tentar obstruir a sessão. O presidente da CMO, deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), alertou que é interesse dos parlamentares aprovar ainda nesta semana a LDO. “O relatório inclui o tratamento a ser dado para as emendas impositivas”, afirmou, enquanto Mendonça Filho retrucou: “não estou preocupado com emenda impositiva”. As emendas impositivas foram uma reivindicação da oposição que foi atendida pelo governo Dilma. Para o deputado Amaury Teixeira (PT-BA), essa resposta mostra a falta de responsabilidade da oposição, que lutou por uma bandeira e agora deixa de lado.

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