Humberto: Os que querem o PT contra o governo tirem seus cavalos da chuva

Humberto: “PT nunca faltou à presidenta Dilma, do mesmo jeito que jamais faltou ao presidente Lula”Os rumores sobre o afastamento dos parlamentares petistas do governo da presidenta Dilma são obra de setores que pretendem “emparedar e constranger” deputados e senadores do partido e, com isso enfraquecer o partido, seus parlamentares e o próprio governo. “Quero refutar, de forma veemente, a visão torta que alguns setores têm tentado disseminar de que o PT está na oposição ao Governo em relação à pauta do ajuste fiscal. Isso é falso”, assegurou o líder do partido no Senado, Humberto Costa (PE), em pronunciamento ao plenário, nesta terça-feira (3).

Ele lembrou que as bancadas petistas jamais se omitiram no apoio aos governos liderados pelo partido. “É absolutamente claro e republicano que o partido é uma coisa e o governo é outra. Mas o PT nunca faltou à presidenta Dilma, do mesmo jeito que jamais faltou ao presidente Lula”, enfatizou Humberto, garantindo, na condição de líder, que os senadores petistas vão votar a favor das medidas propostas para o ajuste fiscal, embora não abram mão de contribuir para aperfeiçoar as medidas.

Debate está na essência do PT
É da própria essência do PT, partido nascido no embate pela redemocratização do País, a discussão intensa e pública de todos os temas afetos à sociedade brasileira, destacou o senador. Essa natureza do partido não mudou com as quatro eleições consecutivas de presidentes da república pertencentes à legenda. “Nunca, em 12 anos dos nossos governos, aceitamos qualquer medida enviada pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional com a exclusiva obrigação de dizer ‘amém’. Jamais!”, destacou Humberto. Como sempre fizeram ao longo de sua história no Parlamento, as bancadas petistas discutem todos os assuntos, dialogam e se dão o direito de discordar de diversos temas e de propor aperfeiçoamentos.

“Por outro lado, jamais faltamos aos nossos governos e ao País. Essa é a essência da nossa liberdade de expressão e de contribuição”, ponderou o líder petista. E é dentro desse espírito, disse ele, que a bancada do PT no Senado analisará as medidas provisórias que tratam do ajuste necessário à manutenção de empregos, ao crescimento da renda e ao retorno a uma economia aquecida. “Nosso partido e nosso governo não irão retroceder um milímetro em direitos e conquistas dos trabalhadores. Mas vamos ter a coragem de corrigir todas as distorções e eliminar todos os abusos que ponham esses direitos sob ameaça”, garantiu.

Falhas de comunicação
Humberto CostaMPs 664 e 665 vão receber modificações dos parlamentares do PT, mas Humberto garante que petistas votarão à favor das matérias
Humberto aponta falhas de comunicação do Governo com sua base de apoio no Parlamento, expressas na ausência de conversas prévias à apresentação das Medidas Provisórias do ajuste. “Talvez atropelado pela urgência em apresentar medidas sérias à sociedade brasileira, como prova do seu comprometimento em garantir o Brasil nos rumos”, o Executivo deixou de detalhar os principais pontos propostos e de explicitar as razões que fundamentavam as medidas que pretendia adotar. “Fomos surpreendidos por textos cujo teor muitos de nós não entendemos inicialmente e, exatamente por isso, ficamos sem os elementos necessários a discutir com as nossas bases, com os nossos eleitores, com a sociedade”, lamentou o senador.

Essa dificuldade inicial já vem sendo sanada com uma série de conversas entre a bancada e os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento). “Não tenham dúvidas: os parlamentares do PT vão propor todas as modificações que julgarem necessárias, após muito diálogo com a sociedade, às Medidas Provisórias 664 e 665. Mas, acima de tudo, essas propostas terão responsabilidade. E na condição de líder da bancada eu garanto que votaremos a favor dessas MPs”.

Aos setores que tentam vender à sociedade a ideia de um afastamento entre a bancada petista e o governo da presidência Dilma, ele mandou um recado claro: “Os que querem colocar o PT contra o governo podem tirar seus respectivos cavalos da chuva”. Aos que possam ter acreditado nessa campanha mal intencionada, ele alerta: “As pessoas precisam se acostumar que divergências não significam oposição. É ruim para a democracia quando a gente olha o processo político dessa forma”.

Cyntia Campos

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