“Temos também que ir com as ações |
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) manifestou, em discurso ao Plenário nesta segunda-feira (1º), sua expectativa de que a 17ª reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência de desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), marcada para esta terça-feira (2) em Fortaleza (CE) seja a oportunidade para a presidenta Dilma Rousseff anunciar novas medidas que dêem continuidade às políticas de socorro às vítimas da pior estiagem vivida pela região nos últimos 40 anos.
Pinheiro alertou para o novo problema surgido em decorrência da longa estiagem, que é a crise no abastecimento de milho para a alimentação dos rebanhos. Os estoques do produto existem, especialmente no Centro-Oeste, frisou o senador, mas por dificuldades de logística, não tem chegado às áreas afetadas pela seca. “Essa dificuldade tem provocado um problema sério, que é dizimar o nosso rebanho”.
Com a alta produção de soja registrada na última safra, a situação se agrava, pois toda a infraestrutura de transporte está voltada para levar o produto aos portos. “Se nós já tivéssemos a Ferrovia Oeste-Leste pronta, talvez facilitasse a chegada desse milho para atender não só a Bahia, como outros Estados do Nordeste brasileiro”, avaliou.
Para o senador, o Parlamento já deu contribuições decisivas para mitigar os prejuízos decorrentes da estiagem, como a aprovação da MP 565, da qual ele foi relator, e a aprovação de créditos, a ampliação da Bolsa Estiagem e do Garantia safra. Nesta terça, o Legislativo deverá receber uma nova medida provisória, assegurando a liberação de mais recursos para as áreas atingidas pela seca.
Ele lembrou que o Nordeste vive uma situação extrema, sofrendo com uma seca prolongada, emendada com outra severa estiagem. “Não adianta agora só a chuva chegar e bater no capim; a semente ali embaixo já está morrendo. Então nós vamos ter que entrar em um processo de replantio.” Daí, afirma Pinheiro, a necessidade de liberação de mais recursos.
“Também precisamos tratar do alongamento da dívida dos agricultores e pecuaristas do Nordeste. Estamos em uma verdadeira guerra!”, desabafou o senador, que apela para a urgência de se aprofundar a combinação de operações emergenciais com projetos de vocação mais perene. “Temos que chegar lá com a água, com a ração animal, com cabeças de gado. Chegar com as condições para enfrentar esse período. Mas temos também que ir com as ações que vão mexer na estrutura, que vão consolidar um caminho e nos preparar para conviver com a seca, porque, todo ano, nós vamos ter esse período”, completou.
Leia mais:
Governo intensifica medidas de socorro aos estados atingidos pela seca