Trabalhadores demitidos não estão recebendo direitos, denuncia Paim

Segundo Paim, empresas estão decretando falência e não honrando compromissos trabalhistasApós um período de pujança derivado dos investimentos da Petrobras no polo naval do município de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, os desdobramentos da operação Lava Jato acabaram por suspender contratos da estatal firmados na região. Com isso, começaram a ocorrer várias demissões em massa e o não pagamento de direitos garantidos aos trabalhadores dispensados.

“A suspensão dos contratos causa impactos em diversos setores da economia local, fundamentais para a sobrevivência do município e da região”, explicou o senador Paulo Paim (PT-RS), em discurso ao plenário na noite de quinta-feira (5). Devido à situação, as empresas alegam que não conseguem cumprir compromissos como os pagamentos de fornecedores, trabalhadores e empresas terceirizadas, que representam 80% da mão de obra do polo naval.

“Em consequência disso, as pequenas e médias empresas não estão conseguindo honrar as suas obrigações trabalhistas. Um não paga o outro e o trabalhador é quem paga o pato, porque ele não recebe nada e prestou o serviço”, afirmou Paim. Como diversas empresas estão decretando falência, milhares de trabalhadores estão sendo demitidos sem receber indenizações.

O senador lembrou que o fortalecimento do polo naval na região, ainda no governo do ex-presidente Lula, foi um marco transformador para os moradores locais. “Foi uma situação fantástica de distribuição de renda, de emprego, de viver bem. Agora, é de desespero”, destacou.

Devido ao quadro, a Associação dos Desempregados do Polo Naval divulgou um manifesto em busca de apoio das autoridades brasileiras para que sejam mantidos os contratos da construção das plataformas P-75 e P-77, na cidade de Rio Grande. Representantes dessa associação vieram a Brasília se reunir com ministros e com a bancada de parlamentares do Estado do Rio Grande do Sul.

“Tal pleito vem ao encontro de resgatar os milhares de empregos perdidos, construídos com verbas públicas; a sustentação da economia; e o resgate da dignidade e do direito de todos os cidadãos que acreditaram e investiram na sua qualificação profissional, na região”, colocou o parlamentar.

Mais de 20 mil famílias foram prejudicadas devido às demissões, afetando 80 mil pessoas direta e indiretamente.


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