Precisamos da reforma política para recompor a vitalidade da política, diz Lula

Em entrevista, Lula destaca o aumento da liberdade de expressão e a redução da desigualdade social como importantes conquistasPara marcar os 30 anos da Nova República, período iniciado em 15 de março de 1985 com a posse do primeiro presidente civil, José Sarney, após 21 anos de ditadura, a BBC Brasil convidou lideranças brasileiras para falar sobre os principais avanços que o Brasil conquistou nessas três décadas de democracia e indicar o que ainda precisa ser feito. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos entrevistados da reportagem que eleva a sua fala ao título: “Democracia, 30 anos: Lula defende reforma política e democratização da mídia para país avançar mais”.

Lula destaca o aumento da liberdade de expressão e a redução da desigualdade social como importantes conquistas. E defende a democratização dos meios de comunicação e a realização de uma reforma política que estabeleça o financiamento público das campanhas eleitorais em substituição ao financiamento por empresas, como medidas urgentes para garantir mais avanços ao País.

BBC Brasil: Principais avanços?

Lula – Eu acho que o maior avanço do país nesses 30 anos foi a conquista, consolidação e aprofundamento da democracia. As pessoas poderem se expressar, se organizar e escolher seus representantes. Só na democracia um trabalhador ou uma mulher podem chegar à Presidência da República. Só com democracia, com organização e pressão do povo foi possível reduzir a pobreza, diminuir a desigualdade e tirar o Brasil do Mapa da Fome da ONU.

BBC Brasil: Avanços limitados?

Lula – Eu acho que após 30 anos, precisamos de uma reforma política, extremamente necessária para o país e para recompor a vitalidade da política. É necessário esse salto de qualidade na democracia e na transparência, que pode fortalecer a confiança da sociedade nos seus representantes e nas instituições. Para isso, o meu partido, o Partido dos Trabalhadores, propõe, por exemplo, financiamento público de campanha.

E não só isso, outro aspecto no qual não conseguimos avançar foi na democratização dos meios de comunicação de massa. O Código de Telecomunicações é de 1962, muito distante de hoje. São seis famílias que detém quase o total do mercado dos meios de comunicação. Isso ainda precisa avançar muito.

Confira a íntegra da matéria.

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