Para Viana, campanhas eleitorais sempre estarão sob suspeição enquanto houver financiamento empresarialO senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente da Casa, cumprimentou a presidenta Dilma pela iniciativa tomada nesta quarta-feira (18). Ela anunciou um conjunto de propostas que, juntas, formam o chamado pacote anticorrupção. Para Viana, a iniciativa tomada por Dilma, pode até ser alvo de críticas, mas, todos tem a obrigação de reconhecer que ela “está tentando levar em conta o clamor das ruas”.
“Mais uma vez, [a presidenta] apresenta ao País, encaminha para o Congresso, propostas que visam ampliar os mecanismos de combate à corrupção e de por fim à impunidade no País. Não dá para desprezar”, resumiu. “Se quisermos dar atenção ao que a população pede, ao que a opinião pública espera, vamos adotar medidas que ampliem os instrumentos, as ferramentas de combate à corrupção no Brasil e que ponham fim à impunidade”, emendou.
O senador aproveitou a oportunidade para louvar a iniciativa das lideranças do PMDB e propor votações que venham colaborar com a Reforma Política. Nas últimas semanas, o plenário do Senado votou algumas medidas que alteram o sistema político nacional. Apesar disso, o senador lamentou que o PMDB tenha retirado da reforma política, a “questão central” que é o financiamento empresarial de campanhas. O PT defende historicamente o financiamento público de campanhas como ferramenta de combate à corrupção eleitoral.
“Não haverá Reforma Política, feita por quem quer que seja, se nós não tratarmos desta questão que envergonha o eleitor brasileiro, que afronta a dignidade do cidadão brasileiro”, enfatizou.
Para Viana, é inaceitável fazer campanhas com produções milionárias. Para resolver a questão, o petista sugeriu o estabelecimento de um teto de gastos dos candidatos e a exclusão da possibilidade de doações empresariais para candidatos. Assim, segundo ele, a fiscalização também seria facilitada.
“Temos que definitivamente, como sempre propõe o ministro Dias Toffoli, tirar este elemento estranho do processo eleitoral: a empresa. Empresa visa ao lucro. Empresa não faz negócio que não dá resultado e não pode transformar eleição em negócio. Se há políticos, partidos empresariais que querem transformar a política em negócio, que venham defender o financiamento empresarial das campanhas. Não acredito em Reforma Política dessa forma. Campanha vai estar sempre criminalizada, eleição vai estar sempre sob suspeição”, salientou.