Fátima: faço o contrário do nobre senadorA senadora Fátima Bezerra (PT-RN) registrou em plenário, nesta quarta-feira (25), a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para a abertura de inquérito por corrupção passiva contra o senador José Agripino (RN), presidente do Democratas e ex-coordenador de campanha do candidato à presidência, Aécio Neves (PSDB-MG), costumeiro orador do plenário do Senado em defesa da probidade e honestidade nos negócios públicos. José Agripino é acusado de corrupção passiva.
A senadora do PT enfatizou que, muito diferente do comportamento de Agripino e outros senadores da oposição, não pretendia promover uma condenação antecipada do senados adversário. “Faço o contrário do que faz o nobre senador, que, por diversas vezes, tem vindo a esta tribuna julgar e condenar seus adversários antes de a Justiça fazê-lo”, ressaltou a petista, passando a descrever que, última sexta-feira (20), a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (SRF), atendeu ao pedido do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e autorizou a abertura do inquérito contra José Agripino. A base da denúncia é a delação premiada do empresário George Olímpio que acusa o senador oposicionista de ter cobrado R$1 milhão para permitir um esquema de corrupção no serviço de inspeção veicular no Rio Grande do Norte.
“Quando as denúncias são contra petistas ou contra integrantes da base de apoio ao governo, o senador do DEM acusa, julga e condena. Eu não vou fazer isso de maneira nenhuma. Pelo contrário, o senador tem todo o direito à ampla defesa”, afirmou Fátima. Ela registrou que Agripinoparticipou da manifestação do dia 15 de março, “contra a corrupção”. “Defendeu, inclusive, o impeachment da presidenta Dilma sem nenhuma base jurídica. Mas o senador pode ficar tranquilo, porque nós não vamos repetir o mesmo erro”, assegurou a petista.
Fátima fez questão de afirmar o direito à presunção de inocência que assiste a Agripino e a qualquer cidadão brasileiro, lembrando que essa foi uma conquista de todos que lutaram contra o arbítrio da ditadura militar e pela redemocratização do País, entre eles a presidenta Dilma Rousseff, uma sobrevivente da brutal repressão apoiada pela ARENA, partido que deu origem ao DEM de Agripino. “O senador tem a sorte de viver hoje em um Estado democrático de direito, com suas instituições democráticas sólidas, que garantem a ele e a quem quer que seja acusado de algum crime o devido processo legal, resguardando o direito de ampla defesa, o que ele fará, portanto, em juízo”.