“Provocativo”, Humberto cobra liderança de Dilma na retomada do crescimento

“Provocativo”, Humberto cobra liderança de Dilma na retomada do crescimento

Humberto : “O Brasil é grande, em que pese muitos quererem diminuí-lo” Líder cobra postura proativa para virar página do pessimismo e avançar no desenvolvimento inclusivo

O primeiro semestre do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff termina com uma aula que dificilmente será esquecida: o presidente americano, Barack Obama, explicando a importância do Brasil para o cenário internacional para uma repórter da maior emissora de televisão do País.  A imagem ilustra claramente como a realidade se impõe à imagem de derrocada que a mídia conservadora tenta impor – um dos temas do “pronunciamento provocativo” feito pelo líder da bancada do PT, Humberto Costa, nesta quarta-feira (1°/07).

 “Sobram motivos para demonstrar que, ao mesmo tempo em que estamos concluindo o ajuste fiscal, também estamos ingressando em uma fase promissora, inaugurando um longo e duradouro período onde começaremos a colher os frutos desse nosso esforço inicial”, disse Humberto Costa, ao enfatizar a necessária participação da presidenta na linha de frente do processo de recuperação pós-ajuste.

Humberto também provocou todos os segmentos que apoiam Dilma a sair da letargia – e reagir sentimento de pessimismo disseminado pela mídia – como mostrou novamente a preocupação da repórter da GloboNews. “Nosso governo, nosso partido, nossos aliados, nossa militância não podem mais ser reféns de uma pauta pessimista, em que muitos investem para tentar paralisar o país”, conclamou.

Também lembrou que os brasileiros devem se orgulhar do país que está sendo construído. Depois de um semestre de correção de rumos e adequação à conjuntura, o  tempo é de virar a página, reforçou. “A fase dos ajustes está se encerrando e é hora de colocar em marca os grandes projetos e políticas sociais”, disse ainda, pois são elas que vão inaugurar um novo ciclo de crescimento sustentável.

Os pilares para essa nova construção, na visão do líder, já estão bem sedimentados: o Programa de Investimento em Logística, lançado no dia 9; o Plano Safra da Agricultura, calcado no apoio à produção familiar , o Plano Nacional de Exportações para o período 2015-2018 e, em breve, a última e decisiva pilastra: o lançamento do Plano Nacional de Reforma Agrária.

“Somente este mês, tivemos anúncios de investimentos da ordem de quase meio trilhão de reais por parte do Governo Federal. Temos vigor e musculatura para crescer. O Brasil é grande, em que pese muitos quererem diminuí-lo”, disse.

Afastando falsas notícias que colocam em campos opostos, como se adversários fossem , a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, Humberto disse que a conversa entre os parlamentares petistas e o ex-presidente foi um empurrão a mais na vontade de executar os sonhos e as metas do partido  para o país. “O recado de Lula foi para que, agora que já cumprimos   o caminho mais árido, vamos fazer aquilo que mais nos dá prazer e com o que mais nós temos intimidade: a competência para fazer do Brasil um país socialmente mais justo e de oportunidades iguais para todos”, relatou o líder.

“É importante, então, que reajamos a essa onda negativa, que passemos a pautar o país e a opinião pública com uma postura proativa, de trabalho, para levar o Brasil a crescer e a avançar nessa agenda de desenvolvimento inclusivo em que ele se inseriu e da qual jamais deve se separar”, concluiu.

Ao deixar o plenário, durante entrevista, o líder do PT sublinhou que seu discurso não foi de crítica à presidenta, mas sim “para sacolejar” o governo, porque, segundo ele, é preciso “virar a página”, e arrematou: “Ou muda esse discurso, ou o processo de retomada vai ser lento”.

O que quis dizer foi o seguinte: o discurso do governo tem de mudar. Chega de falar de ajuste. Não foi feito? Não serão votadas agora as últimas medidas? Então vamos mudar esse discurso. Vamos falar das coisas que vão pelo outro lado, que fazem com que o Brasil se desenvolva, cresça. Vamos falar do plano de logística, vamos ver o que o plano de exportação já pode resultar em curto prazo. Ou muda esse discurso, ou então vai ficar mais lento o processo de retomada dessa iniciativa política”.

Essa postura não é uma recomendação do Lula, é?, questionou um dos repórteres.

Humberto esclareceu:
“Não. Na verdade, fiz um pronunciamento para dizer que o governo já tomou várias iniciativas importantes para a retomada do crescimento e do desenvolvimento. E, no meio, eu resolvi colocar algo que eu penso. Acho que a gente tá perdendo muito no discurso político, no enfrentamento que precisa ser feito.
É uma conclamação, é um desafio, é uma provocação. Não é uma crítica, é uma coisa que vem pelo lado positivo. Como disse o nosso Romualdo, lá da nossa terra [Pernambuco], é preciso dar uma ‘sacolejada’ no governo para a coisa poder andar.” 

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