Tombini demonstrou otimismo em relação ao |
Durante audiência na Câmara dos Deputados, ele assegurou que, já nos próximos três meses, os brasileiros irão observar uma queda da inflação, em comparação com o primeiro trimestre de 2013.
O presidente do Banco Central, ministro Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira (21) que as desonerações tributárias para diversos setores da economia estão dando os resultados esperados pelo Governo, já que o desempenho da economia neste primeiro trimestre apontou nos levantamentos internos do banco um crescimento de 1,05%. Esse percentual anualizado sugere que o Produto Interno Bruto (PIB) pode chegar a 4,25% neste ano. “O ponto favorável a ser analisado é que os investimentos das empresas são crescentes”, afirmou.
Ao participar de uma audiência pública conjunta da Comissão Mista de Orçamentos e das comissões de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) e de Finanças e Tributação da Câmara, o presidente do BC não deixou pergunta sem resposta, principalmente dos parlamentares da oposição, que insistiram nos questionamentos sobre a inflação.
O deputado Vaz de Lima (PSDB-SP), por exemplo, queria saber qual é o “palpite” do presidente do BC para a inflação deste ano, uma vez que o mais recente boletim Focus sinalizou um índice de 5,8% do IPCA para este ano. “O Banco Central não faz palpites. Faz projeções e um acompanhamento sistêmico dos preços, com os olhos para um horizonte de 12, 24 meses. Se num mês a inflação caiu não quer dizer que o controle será aliviado”, disse Tombini. Segundo ele, a expectativa é que a taxa cairá nos próximos três meses.
Segundo ele, o objetivo do Banco Central continua sendo o de trazer a inflação para o centro da meta, que há vários anos é de 4,5% ao ano, podendo subir ou cair 2%. O que ocorre é que alguns fatores sazonais influenciam a elevação dos preços. No começo deste ano, por sua vez, a falta de chuvas provocou uma pressão excessiva sobre os preços de alguns produtos in natura, como o tomate, e isso provocou uma distorção no índice de inflação. No ano passado, no mesmo período, era o feijão que estava pesando mais na inflação.
Tombini destacou que o cenário econômico brasileiro mudou na última década, até porque a inclusão social também resultou na bancarização, ou seja, as pessoas passaram a ter acesso aos serviços bancários, como conta corrente, empréstimo e contribuiu para o aumento do mercado de crédito. Nesse período, o Brasil reduziu drasticamente a sua vulnerabilidade externa, assim como a relação dívida/PIB. Ao mesmo tempo, promoveu uma forte redução das taxas de juros e dos spreads bancários. “A política monetária ganhou maior efetividade nesses dez anos por conta, principalmente, da maior participação da população no mercado de consumo”, disse ele.
Marcello Antunes
Discurso do presidente do Banco Central, ministro Alexandre Tombini, na CMO
Apresentação do Banco Central sobre o cenário econômico brasileiro e internacional