Aidar: Não dá mais para tratarmos clubes como sociedades civis sem fins econômicosA CPI do Futebol do Senado recebeu, nesta quarta-feira (07), em condição de convidados, os presidentes do Santos Futebol Clube e do São Paulo Futebol Clube, Modesto Roma Junior e Carlos Miguel Aidar, respectivamente.
Os dois passaram suas impressões do atual momento vivido pelo futebol no País.
Para Carlos Miguel Aidar, falta capacidade de gestão profissional ao futebol brasileiro. Como sugestão, o mandatário tricolor sugeriu a alteração da lei para que os clubes de futebol deixem de ser considerados sociedade civis sem fins econômicos e passem a ser sociedades empresariais.
“Não dá mais para tratarmos clubes como sociedades civis sem fins econômicos. O orçamento que temos, o salário que pagamos, os empregados e patrimônios que temos, não faz sentido continuar assim. Se não houver esse enfoque, essa consciência profissional, um futebol com planos de governança, metas de gestão, acredito que continuaremos sofrendo muito”, disse.
Aidar ainda criticou a ação recorrente de presidentes de clubes de futebol no País que, visando o bom resultado nas competições, extrapolam o limite de gastos e deixam dívidas serem transmitidas aos seus sucessores.
Modesto Roma Junior disse que, ao assumir o clube no início deste ano, encontrou um clube com dívidas e salários atrasados. E, logo no início de sua gestão, se deparou com a MP do Futebol, já sancionada pela presidenta Dilma, e que prevê, contrapartidas como a melhoria da gestão no futebol, para o refinanciamento das dívidas dos clubes com o Estado. “Tenho esperança nessa lei. Com essa lei, tenho esperança que possamos dar uma virada no futebol”, disse. “Não vamos conseguir resolver o problema do futebol brasileiro em um, dois ou dez anos. Temos de ter pessoas responsáveis gerindo esse patrimônio do povo brasileiro, que é o futebol”, emendou.
Para Modesto, o futebol brasileiro necessita da radiografia que os parlamentares estão fazendo nessa CPI. Além disso, o mandatário santista pediu aos parlamentares que não façam nenhum julgamento prévio das pessoas envolvidas no esporte.
O senador Donizeti Nogueira (PT-TO) corroborou a posição dos presidentes dos clubes e defendeu uma gestão profissional dos clubes, mais ampla e que não defenda o interesse de alguns grupos. “Sendo o futebol, o que é para o povo brasileiro, com uma gestão eficiente, penso que ele pode ser autossuficiente. O dirigente de um clube ou de uma federação, por exemplo, deve ter responsabilidade fiscal para que ele não estraçalhe o patrimônio do clube para que seu sucessor tenha de consertar”, apontou.
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