
Com o corte, seis crianças de até 5 anos, por hora, poderiam apresentar desnutrição crônicaA redução de 35% dos recursos do Bolsa Família, proposto pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não vai causar apenas a exclusão de 23 milhões de pessoas do programa, além de deixar outros 8 milhões de pessoas em situação de extrema miséria.
O Bolsa Família, nunca é demais lembrar, responde por apenas 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) – e vem sendo elogiado pelas principais entidades multilaterais do mundo pelo seu longo alcance social e custo baixo, como o Fundo Monetário Internacional (FMI e o Banco Mundial), por exemplo.
O corte de R$ 10 bilhões proposto pelo deputado que votou contra a cassação de Eduardo Cunha espalha danos ainda mais lesivos. Como, por exemplo, o fato de que, dos 23 milhões de pessoas que seriam excluídos do programa, 11 milhões com menos de 18 anos. Mais grave ainda, é que a redução do orçamento do Bolsa Família causaria a imigração de 8 milhões de pessoas para a condição de miseráveis, entre as quais encontram-se 3,7 milhões de pessoas com até 17 anos de idade.
Consideradas as repercussões já comprovadas sobre saúde e educação, estima-se ainda que:
• A cada hora, seis crianças de até 5 anos poderiam apresentar desnutrição crônica
• A cada 2 minutos, uma criança deixaria de frequentar a escola
O impacto de um corte de R$ 10 bilhões foi estimado considerando que seriam excluídas as famílias com maior renda mensal declarada. É bom lembrar que têm acesso ao benefício famílias com renda de até R$ 154 por pessoa. Em média, o Bolsa Família paga R$ 167 mensais por família.
Desde 2012, o número total de famílias vem se mantendo estável em torno de 13,9 milhões.