Em audiência no Senado, Marcelo de Castro disse que a responsabilidade pelo enfrentamento ao Aedes aegypti é de todos os brasileirosO Brasil terá que travar uma verdadeira guerra para garantir que o índice de infestação do mosquito da dengue não ultrapasse a marca de 1%. Para o ministro da Saúde, Marcelo Castro, o enfrentamento ao mosquito foi minimizado por cerca de 30 anos – tempo de presença do Aedes aegypti no Brasil, segundo ele. O ministro participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado na manhã desta quarta-feira (16).
“A verdade é que essa batalha o mosquito tem ganhado. Daí eu dizer que houve uma contemporização. Não estou dizendo que foi de A, B ou C. Na verdade, estou me referindo a nós todos, cidadãos e cidadãs brasileiros, que poderíamos ter nos empenhado mais no combate ao mosquito.”
O momento, agora, segundo o ministro, é de unir esforços para enfrentar o mosquito e combater o crescente número de casos de microcefalia no país. Existem fortes indícios de que há uma relação direta entre a contaminação pelo vírus Zika e o nascimento de crianças com microcefalia (perímetro cefálico inferior a 32 centímetros no momento do nascimento, se o bebê for a termo).
O Ministério da Saúde já mobilizou mais de 300 mil agentes de combate a endemias e de saúde comunitária para que possam ir “de casa em casa exterminando os criadouros do mosquito da dengue em todo o território nacional. “Se o mosquito pode matar, ele não pode nascer. Esse é o lema que queremos popularizar”, disse o ministro.
Quanto às gestantes, Marcelo de Castro orienta para que se mantenham protegidas ao máximo. Vale colocar telas nas janelas, usar repelente e, principalmente, evitar deixar partes do corpo expostas.
Novos casos
Novos casos de microcefalia, relacionados a infecção pelo vírus Zika, foram divulgados nesta terça-feira (15) pelo Ministério da Saúde. De acordo com o novo Boletim Epidemiológico foram registrados 2.401 casos da doença e 29 óbitos, até 12 de dezembro deste ano. Esses casos estão distribuídos em 549 municípios de 20 Unidades da Federação.
O informe divulgado detalha, pela primeira vez, os primeiros casos confirmados e descartados. Do total de suspeitos notificados, foram confirmados 134 e descartados 102. Continuam em investigação 2.165 casos. Foi confirmado um óbito e descartados dois, sendo investigadas ainda outras 26 mortes.
A investigação dos casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika é feito em conjunto com gestores de Saúde de estados e municípios. O novo informe traz ainda os seis novos Estados (Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, São Paulo e Rio Grande do Sul) que notificaram casos suspeitos. Equipes técnicas de investigação de campo do ministério da Saúde estão trabalhando nos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Ceará.
No dia 5 de dezembro, foi lançado o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. Trata-se de uma grande mobilização nacional envolvendo diferentes ministérios e órgãos do governo federal, em parceria com estados e municípios, para conter novos casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika. O Plano é resultado da criação do Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em saúde Pública de Importância Nacional e Internacional (GEI-ESPII), que envolve 19 órgãos e entidades.
O plano é dividido em três eixos de ação: Mobilização e Combate ao Mosquito; Atendimento às Pessoas; e Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa. Essas medidas emergenciais serão colocadas em prática para intensificar as ações de combate ao mosquito.
Giselle Chassot, com informações do Ministério da Saúde
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