Fátima confessa “sentimento de revolta” com acordo sobre a partilha

Fátima confessa “sentimento de revolta” com acordo sobre a partilha

Fátima: “É muita hipocrisia senadores defenderem a retirada do controle do pré-sal da Petrobras para dar de bandeja a petroleiras internacionais”O desvio de recursos investigados pela Operação Lava Jato é “fichinha” perto do tamanho do prejuízo que a sociedade brasileira terá com a retirada da obrigatoriedade de a Petrobras estar presente como operadora de todos os consórcios que irão explorar o pré-sal.

“Ouvi dizer no plenário que se deve retirar a Petrobras do pré-sal porque ela tem dívidas, inclusive decorrentes de corrupção que vem sendo objeto de investigação. Isso é hipocrisia”, disse Fátima Bezerra (PT-RN), em discurso na noite de ontem (24).

 

Fátima afirmou que a quarta-feira foi um dia de luto por significar um dos maiores retrocessos para os interesses nacionais já promovido pelo Senado. “O povo acompanhou em 2012 e em 2013 a luta da presidenta Dilma, numa atitude corajosa, em aprovar um projeto que resultou na Lei nº 12.858/2013, que instituiu o marco regulatório da exploração do pré-sal. A esperança de justiça social era essa lei”, disse.

A lei estabeleceu os critérios de destinação dos recursos arrecadados da operação do pré-sal, sendo 50% do Fundo Social para a Educação.

As mudanças contidas no projeto aprovado, cuja maior característica é ser entreguista da riqueza brasileira para as multinacionais, ameaçam de morte a Lei 12.858/2013, segundo Fátima Bezerra. “As conquistas estão profundamente ameaçadas, porque o debate que se travou aqui e vai continuar sendo feito é sobre o papel que a Petrobras tem do ponto de vista do controle e da exploração do pré-sal. No mais, o resto é argumento falacioso”, salientou.

Menos mal

 

Fátima, pelo menos, sentiu-se confortada ao saber que a bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado votou coerente com sua história de luta em defesa da Petrobras e dos legítimos interesses da nação. “O PT no Senado não colocou sua digital no projeto entreguista de autoria do senador José Serra. É evidente que a batalha não terminou. Ainda há o plenário da Câmara, por mais que sabemos do cenário difícil do ponto de vista da correlação de forças nessa casa. Mas, além da Câmara, tem a decisão da presidenta, que poderá vetar a proposta neoliberal. Somado a tudo isso, temos as ruas e as mobilizações sociais e populares”, destacou.

Marcello Antunes

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