Viana destacou índices preocupantes, como o Brasil ser o quinto do mundo no ranking de assassinato de mulheresInegavelmente, no Brasil, as mulheres conseguiram diversos avanços nos últimos anos. Desde a aprovação de propostas como a Lei Maria da Penha ao aumento da participação feminina no mercado de trabalho. Porém, o País ainda apresenta dados preocupantes nas questões de gênero, como ser o quinto lugar no mundo em assassinato de mulheres.
“Temos que buscar maneiras de garantir que a sociedade seja melhor. E ela será melhor se houver mais equilíbrio na participação entre homens e mulheres”, afirmou o senador Jorge Viana (PT-AC), em discurso ao plenário nesta terça-feira (8).
O parlamentar lembrou estatísticas reveladoras. A cada uma hora, uma mulher é morta no Brasil. O Mapa da Violência 2015, elaborado a pedido da ONU Mulheres, mostra que o Brasil só está atrás de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia no ranking do assassinato de mulheres.
E já foi pior. Viana lembrou que iniciativas brasileiras, como a Lei Maria da Penha, possibilitaram reduzir em mais de 10% a taxa de homicídios femininos no País.
O assédio e os crimes praticados contra as mulheres dentro de transportes públicos também foram citados pelo senador. Viana é autor de um projeto recentemente aprovado no Senado (PLS 253/2014) que torna circunstância agravante a prática de crimes dentro de transportes públicos e nos terminais ou pontos de embarque e desembarque de passageiros. “Parece pouca coisa, mas várias cidades do mundo já adotaram medidas nesse sentido”, disse Viana.
Mercado de Trabalho
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, no Brasil, as mulheres ganham 22,1% a menos, em média, do que os homens. Ainda assim, Viana lembrou que há melhoras nos dados relativos à participação nos cargos de chefia, que aumentou em 30% em favor das mulheres nos últimos dois anos.
O senador petista ainda lembrou que a participação feminina no mercado de trabalho é cada vez maior. “As mulheres já são hoje, também segundo o Ipea, 38% do total de médicas e médicos; 36% dos que atuam na advocacia, juízes, promotoras e promotores e em torno de 53% dos arquitetos [do País]”, disse.
Participação na política
Outra preocupação de Viana diz respeito à baixa participação das mulheres no parlamento brasileiro. De acordo com dados da União Interparlamentar, a média mundial de representação feminina no Poder Legislativo é de 22%. No Brasil, porém, esse índice é de apenas 8,6%.
Viana lembrou que há diversas propostas no Congresso Nacional que visam reduzir essa distorção. Entre elas, o PLS 132/2014 que define que, quando houver eleições para a renovação de dois terços do Senado Federal, uma vaga será reservada para a participação de candidatas mulheres. Sendo assim, os partidos ou coligações deveriam apresentar necessariamente um homem e uma mulher ao cargo de senador, já que ficaria estabelecida a reserva da vaga na Casa Legislativa.
O parlamentar aproveitou ainda para parabenizar a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que assumiu, nesta terça, a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE). Esta será a primeira gestão de uma mulher à frente do colegiado.
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