Ângela Portela destaca importância da campanha do dia mundial do autismo

Ângela Portela destaca importância da campanha do dia mundial do autismo

“O autismo representa desafios médicos e educacionais para pelo menos um milhão de famílias brasileiras. É bom frisar que a intensidade dessas dificuldades varia de autista para autista”Em discurso na tribuna do Senado na tarde desta segunda-feira (4), a senadora Ângela Portela (PT-RR), segunda secretária da Mesa Diretora da casa, destacou a campanha de conscientização para o Transtorno do Espectro Autista que já atinge três vezes mais meninos e meninas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. O Senado Federal está iluminado de azul, cor definida como símbolo. 

“Transtorno do Espectro Autista é o termo utilizado pelos especialistas para agrupar indivíduos que apresentam distúrbios de desenvolvimento normalmente relacionados com a dificuldade na comunicação, na interação social e no comportamento. Em certos casos, o transtorno afeta também as capacidades motora e sensorial”, afirmou Ângela. Segundo ela, uma estimativa conservadora, a estimativa é a de que ao menos uma em cada cem crianças no Brasil se encontra dentro do espectro, podendo chegar, a cerca de dois milhões de pessoas. 

“O autismo representa desafios médicos e educacionais para pelo menos um milhão de famílias brasileiras. É bom frisar que a intensidade dessas dificuldades varia de autista para autista, ou seja, cada indivíduo necessita de um atendimento personalizado e especializado para que possa desenvolver ao máximo suas potencialidades e incorporar-se à vida produtiva e profissional”, disse ela. 

A senadora considera que o Estado deve fazer sua parte e é fundamental que se elabore uma legislação que proteja e ajude a afastar o preconceito ainda existente na sociedade. O Estatuto da Pessoa com Deficiência, relatado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), teve por objetivo central garantir a inclusão e o documento é motivo de comemoração porque o legislador brasileiro entendeu que as pessoas com deficiência não podem viver à margem da sociedade e que o poder público e a coletividade devem contribuir para o acolhimento de todos. 

Ângela Portela citou recente decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que negou provimento à medida cautelar impetrada por associação de escolas privadas que não querem ser obrigadas a receber alunos especiais, sem cobrança adicional de mensalidades. “Nossa expectativa é de que o Supremo garanta a aplicação da lei e o devido acesso universal à educação para todas as nossas crianças, independentemente de suas condições. Essa é a nossa expectativa”, salientou. 

A senadora defende que o Estado se conscientize da necessidade de prover condições de atendimento para as famílias de autistas e é urgente a criação de centros de referência na atenção aos portadores do Transtorno do Espectro Autista. Com os mais diversos especialistas reunidos em um só local, esses centros, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos e no Reino Unido, são a forma mais adequada e moderna de tratamento do autismo. 

“As causas do autismo ainda são desconhecidas, mas as pesquisas na área são cada vez mais intensas e apontam para fatores genéticos. Os esforços dos pesquisadores se concentram em determinar que genes estão envolvidos no transtorno, para então trabalharem no desenvolvimento de terapias eficazes”, observou, citando sua tese de que o Estado deve incentivar a pesquisa científica nessa área. 

Alguns avanços já foram conseguidos pelas mãos do cientista Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, que estuda aspectos genéticos e embrionários dos cérebros das pessoas autistas. Já a Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, desenvolve um trabalho que pode ser promissor, com o uso de um fitoterápico chamado erva-de-são-joão, enquanto o Hospital de Clínicas de Porto Alegre trabalho com a administração de uma proteína presente no sistema digestivo. O dia mundial do autismo foi comemorado dia 2 de abril.

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