Em entrevista à edição brasileira do jornal espanhol El País, presidente do PT diz que uma reforma política é necessária para garantir a conciliação necessária ao PaísO impeachment não passará. A certeza do presidente do PT, Rui Falcão, não elimina, porém, a convicção de que é preciso corrigir erros de conduta e de postura do partido e até do governo. Ele lembra que foram exatamente os governos do PT que se dedicaram a criar instrumentos e leis para combater a corrupção. “A lei da delação premiada é do PT, a Corregedoria-Geral da União é criação do PT… Apesar disso tudo, insistem em colocar o PT no centro da corrupção”, disse, disse, em entrevista publicada nesta sexta-feira, pela edição Brasil do jornal El País (8).
Falcão diz acreditar que a conciliação entre os diversos lados que compõem o universo da sociedade brasileira é o único caminho para tirar o Brasil do complicado momento político em que se encontra. Mas apear do poder uma presidenta democraticamente eleita e contra a qual não há qualquer acusação é golpe. “A presidenta foi eleita com 54 milhões de votos. Não existe legalidade se você suprime voto popular. Pode ter 10 milhões de descontentes, 20 milhões. O caminho para substituí-la são as eleições de 2018”, sustenta.
Independentemente do que vier a acontecer depois de superado o episódio tentativa de golpe, Falcão diz que o Brasil terá que superar o clima de guerra. “A democracia é a regulação do dissenso, não pode trabalhar a absolutização do consenso”, afirmou, garantindo que o partido voltou a estreitar os laços com a militância e os movimentos sociais. “Devemos aproveitar isto também para que as pessoas peguem gosto pela política, e não rejeitem a política como forma de regulação da sociedade”, recomenda.
E prevê que se, depois de tudo, se as pessoas continuarem nas ruas, com atividade culturais, debates públicos, se manifestando, terá sido uma grande conquista. “As pessoas pressionando o Congresso para votar as leis do seu interesse é maravilhoso. Estou muito confiante”, encerrou.