Em entrevista a jornal português, músico lembra que a presidenta eleita Dilma Rousseff não praticou pedaladas fiscais. Foto: DivulgaçãoNão há dúvidas para o músico Tom Zé em relação ao processo de impeachment da presidenta Dilma: para ele, é um golpe. Em entrevista ao Diário de Notícias (DN), um dos mais tradicionais jornais portugueses, ele afirmou que os esclarecimentos da perícia feita por técnicos do Senado e a posição do Ministério Público Federal (MPF) provam que Dilma não cometeu as chamadas “pedaladas fiscais”.
“Minha filha, realmente é um golpe, todo o mundo sabe. A gente vive uma ditadura mascarada. [É] Um governo fazendo tudo o que uma democracia não faz e que não quer ser chamado de ditadura”, disse Tom ao jornal português.
Ele lembrou ainda que todos os dias mudam a acusação contra a presidenta. “Se muda a acusação, tem de tirar todo o processo de impeachment”, concluiu.
Tom Zé ainda fez duras críticas ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que renunciou à presidência da Casa na última semana.
“Deus que defenda a humanidade, que aquele é o maior bandido que eu já ouvi falar até hoje”, analisou.
O músico baiano, que foi preso durante a ditadura militar brasileira, afirmou ainda ao jornal português que o Brasil está “entupido” de fascistas.
“Hitler está vivo no Brasil: são os que estão no poder”.
No entanto, segundo Tom Zé, o País tem uma espécie de “anticorpo fascista”, uma “assistência imunológica” contra o fascismo, propiciada pela obra de músicos que fizeram resistência ao regime de exceção, como ele próprio e Chico Buarque.
O cantor e compositor esteve em Amarante, Portugal, para participar do Festival Mimo, no qual fez um show na abertura, e também foi homenageado em uma mostra de cinema.
Leia mais:
Grande mídia participou como protagonista do golpe, afirma Dilma a blog