Fátima: “Este é um golpe de classe, é um golpe das elites, é um golpe contra o povo mais pobre deste PaísA poucas horas do fim, o roteiro da trama urdida contra a presidenta Dilma Rousseff começa a mostrar a que veio. “O processo de impedimento da Presidenta Dilma é produto da conjugação de duas forças políticas moralmente degradadas, da aliança entre os inconformados com a quarta derrota consecutiva nas urnas e aqueles que desejavam controlar, interferir nas investigações da Operação Lava Jato em benefício exatamente da impunidade”, definiu a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), no final da tarde desta terça-feira (30).
“É o desfecho de um roteiro escrito com a tina da hipocrisia e com a caligrafia da infâmia”, pontuou a senadora. Para ela, o roteirista e diretor da “obra” é o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-SP), responsável pela desestabilização política do governo eleito por meio das chamadas “pautas- bomba”. Foi ele quem aceitou e deu prosseguimento à denúncia contra a presidenta Dilma Rousseff.
Outro fator fundamental para fortalecer o golpe foi a atuação da grande mídia, acusou a senadora. “Basta ler os editoriais, analisar as capas de revista e resgatar a cobertura parcial e sensacionalista das grandes redes de televisão para perceber que o oligopólio da mídia, assim como ocorreu durante a ditadura colocou-se a serviço do golpe”, disse.
A senadora enfatizou que, sem qualquer crime de responsabilidade comprovado, recorreu-se à narrativa do conjunto da obra. Os golpistas acharam muito conveniente esquecer o conjunto das obras deles: universidades sucateadas, taxas de desemprego, fome, entre outras mazelas.
“Este é um golpe de classe, é um golpe das elites, é um golpe, repito, principalmente contra o povo mais pobre deste País”, disse, afirmando que se recusa a ser coautora ou participar do crime que é afastar a presidenta. “Este é o conjunto da obra dos ressentidos, dos derrotados nas urnas” ,resumiu.
Giselle Chassot
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