Greve na Bahia traz à luz, segundo Pinheiro, |
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) se colocou à disposição do governo da Bahia para contribuir nas negociações com as associações representativas da Polícia Militar. Desde ontem à noite policiais militares estão em greve no estado e a falta de segurança já resultou em saques a supermercados e a estabelecimentos comerciais da capital. “Já comuniquei ao governo que estou à disposição e às diversas associações para servir de canal de intermediação para solucionar esse problema”, afirmou Pinheiro em discurso na tribuna do Senado na tarde desta quarta-feira (16).
“O povo de Salvador, o povo da Bahia aguarda de forma muito ansiosa a solução desse problema porque é o desejo de todo e qualquer cidadão transitar livremente, com tranquilidade, sem nenhum tipo de susto pelas ruas da nossa querida Bahia”, disse ele, ao defender o diálogo entre as partes – grevistas e governo.
Pinheiro relatou que o momento é delicado e que é preciso um movimento dos dois lados para encontrar o ponto de equilíbrio, por meio do diálogo, sem que isso signifique deixar de lado o processo de pressão por melhores remunerações. “Fomos informados de que o Exército já disponibiliza, pelas ruas de Salvador, algo em torno de 6 mil homens. Mas nós sabemos como é importante a presença da própria Polícia Militar por sua expertise, sem descaracterizar o papel do Exército”, salientou.
O senador disse que o governo do estado, desde o ano passado, tem tentado fazer a elaboração de plano de mudanças na PM. As associações de classe afirmam que a proposta do governo se distancia ou não se aproxima às reivindicações. “Se o governo não acertou, como dizem os membros das associações, o importante é abrir o diálogo para permitir a construção de um projeto capaz de ser enviado à assembleia legislativa e que a gente encontre esse ponto de equilíbrio”, defendeu.
Pinheiro lembrou que participou dos diálogos entre governo e a PM na greve passada e que sua posição é clara sobre o processo de reestruturação da polícia. “Acho que cada dia a gente tem de debater essa questão fundamental, a desmilitarização das nossas polícias, por conta exatamente da capacidade que temos de ampliar esse universo da reestruturação. É fundamental que a gente, inclusive, estique a corda, e não façamos isso somente no momento de pressão. É importante que se discuta”, afirmou.