Para que isso fique claro, é muito importante que comparemos esses modelos, que ponhamos em paralelo o Brasil de antes e o Brasil de hoje, por mais que alguns partidos de oposição – como o PSDB, do pré-candidato à presidência Aécio Neves, e o DEM, que o apoia – tenham pavor de serem confrontados com esses números.
Podemos começar, por exemplo, pela área social, com a qual os tucanos nunca mostraram qualquer intimidade. Em 2002, último ano do governo do PSDB, o investimento social feito pela gestão FHC era de R$ 1.915,00 por brasileiro. Nos governos do PT, nós dobramos esse valor.
No período deles, o dinheiro público era gasto para financiar bancos, para pagar juros da dívida externa ao FMI, para empréstimos a empresas que compraram – com dinheiro dos brasileiros – o nosso patrimônio colocado à privatização.
Com Lula e Dilma, o dinheiro público passou a ser dirigido a quem realmente precisava dele: à população, especialmente à mais pobre, numa política de Estado que conciliou desenvolvimento econômico com inclusão social; que criou o Bolsa Família, o Brasil sem Miséria, o ProUni, o FIES, o Pronatec, o Minha Casa Minha Vida, o Luz para Todos, o Ciência sem Fronteiras, o Mais Médicos, que criou, enfim, uma perspectiva de vida para o povo brasileiro.
Essa é a razão pela qual em oito anos do governo do PSDB a desigualdade no Brasil foi reduzida em apenas 2%, ao passo que, nos governos do PT, nós multiplicamos esse índice por cinco.
Pagamos a dívida externa, criamos mais de 20 milhões de empregos, tiramos 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza e elevamos 42 milhões de cidadãos à classe média, segmento que hoje representa mais da metade da nossa população. A renda dos mais pobres dobrou e a renda per capita média das famílias aumentou em 78%.
Recebemos do PSDB um Brasil em que o salário mínimo era de R$ 200,00. Hoje, 12 anos depois, ele está em R$ 724,00. A oposição, agora, diz que faz e acontece. Mas, quando foi governo, sabem em quanto o PSDB aumentou o salário mínimo para os trabalhadores? Em somente 29,8%.
Com Lula e Dilma, o salário mínimo cresceu como nunca, chegando a um aumento real de 72%, injetando mais de R$ 30 bilhões na nossa economia para fazê-la crescer e chegar à sétima posição mundial. Nos governos do partido do senador Aécio, o salário mínimo não passava de 100 dólares. Hoje, graças aos governos do PT, ele é superior a 300 dólares.
Recentemente, tivemos um amplo debate no Congresso Nacional em relação ao rejuste da tabela do imposto de renda. Vale dizer que foi o presidente Lula quem instituiu a obrigatoriedade dos reajustes anuais para que os trabalhadores não sofressem o efeito negativo da inflação sobre o imposto pago.
Hoje críticos do reajuste proposto pelo governo da presidenta Dilma, sabem o que fizeram PSDB e DEM nos oito anos em que governaram o Brasil? Fizeram o seguinte: impuseram seis anos de reajuste zero à tabela, gerando uma perda superior a 30% para os trabalhadores frente à inflação. Ou seja, a “bondade” da oposição foi obrigar as pessoas físicas neste país a pagarem mais impostos.
De Lula a Dilma, essa injustiça foi sendo reparada e, atualmente, os trabalhadores do Brasil têm um ganho líquido da ordem de 9%, considerando os reajustes dados desde 2003, início das gestões do PT.
Outro ganho sensível para o nosso povo foi o controle firme da inflação, que, nos nossos governos, está na média de 5,8%, enquanto nos do PSDB foi superior a 9%.
E justamente eles – que fizeram o Brasil experimentar até 22% de inflação e 45% de taxa de juros ao ano – querem agora envenenar o debate econômico sobre os preços administrados.
Trago, então, dados do Banco Central para a reflexão de todos os brasileiros sobre o legado da oposição para o nosso país especificamente nessa área.
Nos governos do PSDB, as tarifas dos ônibus urbanos subiram 203% em apenas oito anos. O preço da gasolina explodiu em 223%. No mesmo período, a tarifa da energia elétrica aumentou 254% e – lembremos todos – não impediu o Brasil de ser submetido a um vergonhoso apagão entre os anos de 2001 e 2002, gerando um prejuízo de R$ 45 bilhões ao país, segundo o Tribunal de Contas da União.
E sabem pra quem foi a fatura dessa incompetência do PSDB e do DEM no setor energético? Para o consumidor, que foi obrigado a pagar duas novas tarifas em sua conta de luz.
O telefone fixo teve um aumento de 509%, mesmo depois de o PSDB ter vendido todas as nossas teles. As tarifas de água e esgoto aumentaram em 169%. Os planos de saúde subiram 188%. E o preço do botijão de gás – que durante mais da metade do governo Lula não teve um único centavo de aumento – nos governos do PSDB cresceu 452%.
Em suma, quando comandava o Brasil, o partido do senador Aécio elevou todos esses preços sensíveis à população numa média de mais de 200%. E ele não esconde que, se eleito, recorrerá ao mesmo tarifaço dos anos FHC, que hoje chama pelo pomposo nome de “realinhamento de preços”.
Agora, comparem: enquanto o governo do PSDB aumentou os preços administrados em mais de 200%, nos três primeiros anos da presidenta sabem de quanto foi o reajuste? Cerca de 11%.
Essa, então, foi a grande obra do PSDB: o estouro completo e incontrolável dos preços administrados sobre as costas da classe trabalhadora; a defasagem na correção da tabela do imposto de renda, gerando o pagamento de mais tributos, principalmente pela classe média; a completa falta de prioridade às políticas de redução da desigualdade social; o desemprego em massa; o arrocho dos salários.
Mas, de maneira bem conveniente, a oposição não quer que isso seja relembrado. O PSDB não gosta de se olhar no espelho. É permanentemente assombrado pelo próprio reflexo. Teme o currículo de governo que possui, currículo que vive tentando empurrar para debaixo do tapete, querendo levar a população ao esquecimento do modelo perverso que impôs ao país.
De forma que são esses os modelos que se colocam para nós: o que revolucionou o Brasil com um grande salto no desenvolvimento do qual todos os brasileiros puderam desfrutar; e aquele que meteu o país de joelhos, segregando mais da metade da nossa população, à qual legou pobreza, desemprego e falta de perspectiva.
Os brasileiros, ao longo dessa última década, tornaram-se agentes ativos da própria transformação. E o grande desafio que têm pela frente é o de decidir se querem manter tudo o que foi conquistado para seguir avançando com mais mudanças ou se querem retroceder a um tempo em que um Brasil sem presente não tinha qualquer esperança no próprio futuro.
Artigo originalmente publicado no site Brasil 247, em 21 de agosto de 2014